quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Como vencer a pobreza e a desigualdade'


Tema:' Como vencer a pobreza e a desigualdade'

Por Clarice Zeitel Vianna Silva
UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro - Rio de Janeiro - RJ

'PÁTRIA MADRASTA VIL'

Onde já se viu tanto excesso de falta? Abundância de inexistência. .. Exagero de escassez... Contraditórios? ?

Então aí está! O novo nome do nosso país! Não pode haver sinônimo melhor para BRASIL.

Porque o Brasil nada mais é do que o excesso de falta de caráter, a abundância de inexistência de solidariedade, o exagero de escassez de responsabilidade.

O Brasil nada mais é do que uma combinação mal engendrada - e friamente sistematizada - de contradições.

Há quem diga que 'dos filhos deste solo és mãe gentil.', mas eu digo que não é gentil e, muito menos, mãe. Pela definição que eu conheço de MÃE, o Brasil está mais para madrasta vil. A minha mãe não 'tapa o sol com a peneira'. Não me daria, por exemplo, um lugar na universidade sem ter-me dado uma bela formação básica.E mesmo há 200 anos atrás não me aboliria da escravidão se soubesse que me restaria a liberdade apenas para morrer de fome. Porque a minha mãe não iria querer me enganar, iludir. Ela me daria um verdadeiro Pacote que fosse efetivo na resolução do problema, e que contivesse educação + liberdade + igualdade. Ela sabe que de nada me adianta ter educação pela metade, ou tê-la aprisionada pela falta de oportunidade, pela falta de escolha, acorrentada pela minha voz-nada-ativa. A minha mãe sabe que eu só vou crescer se a minha educação gerar liberdade e esta, por fim, igualdade. Uma segue a outra... Sem nenhuma contradição!

É disso que o Brasil precisa: mudanças estruturais, revolucionárias, que quebrem esse sistema-esquema social montado; mudanças que não sejam hipócritas, mudanças que transformem!A mudança que nada muda é só mais uma contradição. Os governantes (às vezes) dão uns peixinhos, mas não ensinam a pescar. E a educação libertadora entra aí. O povo está tão paralisado pela ignorância que não sabe a que tem direito. Não aprendeu o que é ser cidadão.

Porém, ainda nos falta um fator fundamental para o alcance da igualdade: nossa participação efetiva; as mudanças dentro do corpo burocrático do Estado não modificam a estrutura. As classes média e alta - tão confortavelmente situadas na pirâmide social - terão que fazer mais do que reclamar (o que só serve mesmo para aliviar nossa culpa)... Mas estão elas preparadas para isso?

Eu acredito profundamente que só uma revolução estrutural, feita de dentro pra fora e que não exclua nada nem ninguém de seus efeitos, possa acabar com a pobreza e desigualdade no Brasil.

Afinal, de que serve um governo que não administra? De que serve uma mãe que não afaga? E, finalmente, de que serve um Homem que não se posiciona?

Talvez o sentido de nossa própria existência esteja ligado, justamente, a um posicionamento perante o mundo como um todo. Sem egoísmo. Cada um por todos...

Algumas perguntas, quando auto-indagadas, se tornam elucidativas. Pergunte-se: quero ser pobre no Brasil? Filho de uma mãe gentil ou de uma madrasta vil? Ser tratado como cidadão ou excluído? Como gente... Ou como bicho?


Premiada pela UNESCO, Clarice Zeitel, de 26 anos, estudante que termina faculdade de direito da UFRJ em julho, concorreu com outros 50 mil estudantes universitários. Ela acaba de voltar de Paris, onde recebeu um prêmio da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) por uma redação sobre ' Como vencer a pobreza e a desigualdade' . A redação de Clarice intitulada `Pátria Madrasta Vil´ foi incluída num livro, com outros cem textos selecionados no concurso. A publicação está disponível no site da Biblioteca Virtual da Unesco.



(presente da amiga e prima Celia Veríssimo Benatti)

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Meditando sobre o vazio (José Laércio do Egito - F.R.C.)


Trinta raios convergentes unem-se formando uma roda

Mas é o vazio entre os raios que facultam o seu movimento.

Modelai o barro para fazer um jarro.

O oleiro faz um vaso, manipulando a argila.

Mas é o oco do vaso que lhe dá utilidade.

Recortai no espaço vazio das paredes portas e janelas

a fim de que um quarto possa ser usado.

Paredes são massas com portas e janelas

mas somente os vazios entre as massas lhes dá utilidade.

Desta forma o ser produz o útilmas é o não-ser que o torna eficaz.
...

Tao Te King. -----------------

MEDITANDO SOBRE O VAZIO
(Autor: José Laércio do Egito - F.R.C.)
O Inefável é como um vazio, um “oco”. Afim de que isto venha a ser bem compreendido vamos usar uma analogia. Consideremos um recipiente, um vaso, por exemplo. Um vaso basicamente consiste de um “oco”, ou seja, um tanto de vazio, limitado por uma parede.
Na realidade o que possibilita um vaso conter as coisas é o “oco” mas paradoxalmente este só pode atender a essa finalidade se houver uma parede limitante – LIMITE. Na realidade o “oco”, a cavidade do vaso, é uma não existência potencial, enquanto que a parede é uma existência manifesta. O “oco”, o vazio, é o que cumpre a finalidade, mas sem a parede o recipiente não cumpre as finalidades.
O mesmo acontece com relação à parede, sem o “oco” ela não cumpre a finalidade e pode-se mesmo dizer que aquela estrutura deixa de ser um vaso. Em resumo, o “oco” sem a parede não é vaso e parede sem oco também não o é. No sentido do cumprimento das finalidades de vaso podemos dizer que este sem uma parede não tem serventia, nem sequer pode ser considerado como tal e por outro lado à parede sem o vazio limitado por ela, pode ser considerado algo desde que existe objetivamente, mas que não atende à finalidade para a qual é destinada, e sendo assim ela também para nada serve como vaso.
Podemos então entender que coisa alguma – conteúdo – pode existir sem o limite
Ainda usando a mesma analogia, podemos perceber que o vazio em si é infinito desde que não está circunscrita parede alguma, por elemento limitante algum. Se assim não for, indagamos: onde se situa, então, a parede do infinito? - Se tal existisse o infinito vazio estaria limitado por uma parede e conseqüentemente ele deixaria de ser infinito. Em lugar alguma existe a “parede” limite do infinito logo podemos dizer tratar-se de um “oco” sem “parede”, algo em que tudo pode ser contido, mas que na realidade coisa alguma está contido. Somente quando surge um limite é que coisas podem ser nele contidas. Seria tal qual um vaso que pudesse conter N coisas, mas sem a parede ele não conteria coisa alguma.
Não é possível ser colocado algo dentro do vazio tal como não se pode colocar algo dentro de um vaso sem parede. A parede é algo que mesmo sendo finita dá sentido ao vaso, é ela que permite que o vazio, possa cumprir uma finalidade de continente.
Não se pode considerar algo como conteúdo sem que simultaneamente exista o algo no qual ele esteja contido - o continente. A Teoria Quântica atual afirma que o vazio, não é uma condição niilista – vazio absoluto – e sim um “reservatório” de “informações”. Isto é o equivalente à afirmativa dos místicos quando dizem que onde nada existe, existe consciência. Portanto aquilo que a Teoria Quântica chama de “informação” o Hermetismo chama de “Consciência”. Consciência é, portanto, algo que pode analogicamente ser citado como o “banco de dados cósmico” em que tudo está contido independentemente de espaço ou de tempo.
Embora no Infinito todas as possibilidades existam ainda assim somente quando surge uma “parede limitante” é que elas podem sair do nada e existirem.
No “Nada” as formas de existência são virtuais tornando-se reais somente quando surge a parede – limite – que na realidade trata-se da creação.
Vemos o porquê do Absoluto, do Infinito, ter apenas existência virtual e o porquê somente dentro da creação é que ele tem existência real.O mais elevado nível do Transcendente é um “vazio virtual” enquanto que os níveis imanentes são as paredes que o torna real. O Transcendente é o “oco” e o imanente a “parede”. O “oco” para existir precisa da parede e esta para cumprir com a sua finalidade precisa que o oco se torne limitado. Disto advém que o Absoluto, precisa do relativo, o Infinito precisa do finito, e eis mais uma resposta para aquela indagação que tanto tem sido feita; por quê Deus creou? - O sair do virtual e tornar-se real é a principal razão da existência da criação. A criação é a parede que possibilita o vazio, cumprir com sua finalidade do existir.
Um outro ponto que merece certa nível de atenção é aquele que diz respeito à origem das “paredes” limitantes do “Vazio Absoluto”. Naturalmente temos que admitir que a origem é o próprio Nada, só existe uma origem, pois só existe um infinito. O Absoluto é o próprio Infinito, algo ter outra origem seria afirmar a existência de um outro infinito, e neste caso nem um nem outro deles seria realmente infinito. Se só existe uma origem, ou a parede do vaso está contida no “oco”, no vazio,, ou seja, no vazio, está contido o “não vazio”. Sabemos que é assim, mesmo que ainda não possamos entender como é o processo em si.
Nesta palestra vimos que do vazio,, ou seja, do conteúdo embora pareça um paradoxo, mesmo assim dele gera-se o “continente”. Em outras palavras do “nada” surge tudo quanto há, até mesmo os fatores limitantes que tornam possível o virtual se apresentar como real, o manifesto tornar-se manifesto.
Para que o “nada” torne-se coisa é preciso haver o fator limitante, aquilo que estabelece uma fronteira dentro do infinito. Não poderia existir o universo imanente, aquilo que chamamos de mundo, tal como percebemos, sem os Princípios Herméticos e estes sem o limite. Para que exista o “oco” é preciso que exista a “parede”, assim sendo para que exista espaço efetivo é preciso uma outra condição, o limite. Mas podemos dizer que jamais existiu ou existe, ou existirá uma pessoa que tenha a possibilidade de entender precisamente o que é em si o limite. Vale salientar que tal condição só existe na imanência, dentro do infinito quando surge um limite surge uma imanência.

Eternos invisíveis


Qual o significado de amigos na lista do MSN?
Quantidade?
Qualidade?
Quanto mais nome mais amado você é?
Existem pessoas que ficam of line, como se você soubesse disso e fosse obrigada a saber. Então você passa horas de alguma forma junto com uma pessoa sem saber que estava com ela. É como se dissesse estou me escondendo, não diga a ninguém, mas me deixe aqui eternamente escondida. Se eu me escondo de alguém é porque esse alguém não me é mais importante ou me atrapalha de alguma forma.
Dentro da internet têm regras de uma educação como regras de boa vizinhança que temos no nosso convívio social da vida real. Se estivermos em nossa casa de portas fechadas, janelas fechadas quer dizer que podemos tanto estar dentro de casa como fora delas. Mas se deixarmos levemente janelas abertas e portas fechadas diz que a casa esta habitável, porém pode estar ocupadas, por isso batem-se palmas ou usa-se o telefone, não vai adentrando como se fosse o dono da casa. Isso seria intimidade demais, desrespeito.
Na internet também tem algo chamado status que você pode estar de online, ocupado, horário de almoço, em ligação, ausente, volto logo, ofline.
Cada um tem uma função, claro que você pode deixar um scrap (recado), mas não insistir se não houver resposta imediata. Tem quem fica usando a campainha diversas vezes pra chamar sua atenção, isso também é algo inconcebível.
Mas voltando aos amigos que são eternos invisíveis, eu lhe pergunto, para que eles te têm na lista?
Se não te manda mensagem, não responde quando você manda te bloqueia ou não, porque de algum modo você não tem certeza. O que fazer?
Porque você não pode mandar um e-mail exigindo atenção de alguém que te coloca of, ao mesmo tempo você pensa excluo ou não?
E assim ele vai ficando eternamente em sua lista sem você saber se ele morreu ou está vivo.



Myrian Benatti




sexta-feira, 7 de novembro de 2008

ATRITOS (Roberto Crema)



Ninguém muda ninguém;ninguém muda sozinho;nós mudamos nos encontros.
Simples, mas profundo, preciso.
É nos relacionamentos que nos transformamos.
Somos transformados a partir dos encontros,desde que estejamos abertos e livres para sermos impactados pela idéia e sentimento do outro.
Você já viu a diferença que há entre as pedras que estão na nascente de um rio,e as pedras que estão em sua foz?
As pedras na nascente são toscas,pontiagudas, cheias de arestas.
À medida que elas vão sendo carregadas pelo rio sofrendo a ação da água e se atritando com as outras pedras,ao longo de muitos anos,elas vão sendo polidas, desbastadas.
Assim também agem nossos contatos humanos. Sem eles, a vida seria monótona, árida. A observação mais importante é constatar que não existem sentimentos, bons ou ruins, sem a existência do outro, sem o seu contato.
Passar pela vida sem se permitir um relacionamento próximo com o outro, é não crescer, não evoluir, não se transformar.
É começar e terminar a existência com uma forma tosca, pontiaguda, amorfa.
Quando olho para trás, vejo que hoje carrego em meu ser várias marcas de pessoas extremamente importantes.
Pessoas que, no contato com elas, me permitiram ir dando forma ao que sou, eliminando arestas, transformando-me em alguém melhor,mais suave, mais harmônico, mais integrado.
Outras, sem dúvidas, com suas ações e palavras me criaram novas arestas, que precisaram ser desbastadas
Faz parte...
Reveses momentâneos servem para o crescimento.A isso chamamos experiência.
Penso que existe algo mais profundo,ainda nessa análise.Começamos a jornada da vida como grandes pedras,cheia de excessos. Os seres de grande valor,percebem que ao final da vida,foram perdendo todos os excessos que formavam suas arestas,se aproximando cada vez mais de sua essência,e ficando cada vez menores, menores, menores...
Quando finalmente aceitamos que somos pequenos, ínfimos,dada a compreensão da existência e importância do outro,e principalmente da grandeza de Deus, é que finalmente nos tornamos grandes em valor.
Já viu o tamanho do diamante polido, lapidado? Sabemos quanto se tira de excesso para chegar ao seu âmago. É lá que está o verdadeiro valor...Pois, Deus fez a cada um de nós com um âmago bem forte e muito parecido com o diamante bruto,constituído de muitos elementos,mas essencialmente de amor.
Deus deu a cada um de nós essa capacidade,a de amar...Mas temos que aprender como.
Para chegarmos a esse âmago,temos que nos permitir,através dos relacionamentos,ir desbastando todos os excessos que nos impedem de usá-lo,de fazê-lo brilhar
Por muito tempo em minha vida acreditei que amar significava evitar sentimentos ruins.
Não entendia que ferir e ser ferido, ter e provocar raiva,ignorar e ser ignorado faz parte da construção do aprendizado do amor. Não compreendia que se aprende a amar sentindo todos esses sentimentos contraditórios e...os superando.
Ora, esse sentimentos simplesmentenão ocorrem se não houver envolvimento... E envolvimento gera atrito.
Minha palavra final: ATRITE-SE!
Não existe outra forma de descobrir o amor.
E sem ele a vida não tem significado.

Dicas para ter um hoje feliz!!!



Não sei se este texto se encaixa na definição "humor", mas se é para o dia ficar melhor, defino-o assim!

1º Aproveite seu horário de almoço e tire uma soneca, vale debrucar-se em cima da mesa, esticar as pernas e recostar-se na cadeira, ir pro banheiro trancar-se e fingir uma diarréia, aproveitar a ausencia do patrão e dormir no sofá da sala dele, mas nesse caso não se esqueça de trancar a porta e fazer cara de paisagem caso ele te pegue dormindo e babando no estofado.

2º Se vc tiver o privilegio de trabalhar perto do mar, como eu, passe um protetor solar e caminhe na orla, ainda que seja por poucos minutos, paquere o vendedor de cocô, sorria da celulite alheia, critique mulheres lindas e sinta-se uma deusa, comigo funciona!

3º Vá àquelas lojinhas que vendem coisinhas por 1 real e compre tudo o que olhar pela frente, mesmo tendo a certeza de que não precisa. Ofereça o que tem nas mãos à alguem que tem menos que vc, desperte o sorriso no rosto de uma criança, faça a alegria dos necessitados e o resto vc leva pra casa e depois sorri por não entender pra que funcionam e nem porque comprou. Amanhã terá um arrependimento, mas hoje sorrirá!

4º Tire uma folga pela tarde, saia mais cedo, caminhe devagar, preste atenção em tudo o que acontece ao teu redor, procure ajudar os que teu caminho atrapalham, esforce-se e ame seus inimigos, ainda que seja por uma tarde.

5º Tome banho de mar a noite, corra pela areia, coloque um biquine dois numeros menor que os seus e ria de vc mesmo. Se olha além do que os meros mortais olham! Namore-se, mime-se e ama-te!

6º Tire um dia pra ir ao cabelereiro, faça algo diferente, esqueça a chapinha, a escovinha, vá somente pra lavar os cabelos e ouvir fofocas, pinte as unhas do pé de vermelho e coloque um piercing na unha!!!

7º Saia do regime e afogue-se numa mousse de chocolate sem arrependimentos, tome um sorvete de casquinha e deixe derreter pelo braço e aceite o desafio de lamber o proprio cotovelo, duvido que consigas, mas vai rir de si mesmo.

8º Chame um amigo, e solte os cachorros em cima dele, xingue-o, grite, quebre o que tiver por perto, pode ser que a amizade termine, mas alivia a tensão.

9º Afete-se e sai por ai rebolando como um gay, fale "chiclete", "colega", "racha", "bofe"...e todas essas palavrinhas que os gays adoram. se vc tiver um amigo gay pode servir de laboratorio, mas se vc não tem, trate de arrumar, pois não existem melhores amigos. Falo por experiencia propria!

10º Telefone pra sua mãe, pro seu pai ou pra alguem de sua maior estima e diga que senti saudades, puxe assunto, conte de seu dia, passe o tempo necessario pra acabar com seus creditos!!!

Bom, essas são algumas de minha dicas pra ter um hoje feliz, vc pode se arrepender ao amanhecer, mas o que importa é que você fez o que teve vontade de fazer, as dicas são pra hoje, não para amanhã!
E tenho dito.


POLYANA AMARAL

Recanto das Letras T1214672

HOJE É SEXTA FEIRA


Hoje é sexta feira.

Dia de trocar minha máscara,

Hoje é sexta feira,

Qual delas vou escolher?

Do homem boêmio?

Do homem pacato?

Do homem apaixonado?

Posso ser um menino,

Posso ser uma mulher,

Posso ser quem eu quiser,

Posso ser todos eles,

Só não posso esquecer

Segunda feira trocar,

E voltar a ser eu mesmo,

Uma pessoa medíocre.





Myrian Benatti

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

LENDA CHEROKEE‏


Você conhece o rito de passagem da juventude dos índios Cherokees?

O pai leva o filho para a floresta durante o final da tarde, venda-lhe os olhos e deixa-o sozinho.

O filho se senta sozinho no topo de uma montanha toda a noite e não pode remover a venda até os raios do sol brilharem no dia seguinte. Ele não pode gritar por socorro para ninguém. Se ele passar a noite toda lá, será considerado um homem. Ele não pode contar a experiência aos outros meninos porque cada um deve tornar-se homem do seu próprio modo, enfrentando o medo do desconhecido. O menino está naturalmente amedrontado. Ele pode ouvir toda espécie de barulho. Os animais selvagens podem, naturalmente, estar ao redor dele. Talvez alguns humanos possam feri-lo.Os insetos e cobras podem vir picá-lo. Ele pode estar com frio, fome e sede.O vento sopra a grama e a terra sacode os tocos, mas ele se senta estoicamente, nunca removendo a venda. Segundo os Cherokees, este é o único modo dele se tornar um homem. Finalmente...Após a noite horrível, o sol aparece e a venda é removida.Ele então descobre seu pai sentado na montanha perto dele. Ele estava a noite inteira protegendo seu filho do perigo. Nós também nunca estamos sozinhos! Mesmo quando não percebemos Deus está olhando para nós, 'sentado ao nosso lado'. Quando os problemas vêm, tudo que temos a fazer é confiar que ELE está nos protegendo.Evite tirar a sua venda antes do amanhecer... Moral da história: Apenas porque você não vê Deus, não significa que Ele não esteja convosco. Nós precisamos caminhar pela nossa fé, não com a nossa visão material.
imagem retirada do google

Carroça vazia


Certa manhã o meu pai, muito sábio, convidou-me a dar um passeio no bosque. Deteve-se subitamente numa clareira e perguntou-me:

- Além dos pássaros, ouves mais alguma coisa?

Apurei os ouvidos e respondi:

Estou a ouvir o barulho de uma carroça.

- Isso mesmo, disse o meu pai, de uma carroça vazia.

Perguntei-lhe:

- Como sabe que está vazia, se ainda a não vimos?

- Ora, é fácil! Quanto mais vazia está a carroça, maior é o barulho que faz.

Cresci e hoje, já adulto, quando vejo uma pessoa a falar demais, aos gritos, tratando o próximo com absoluta falta de respeito, prepotente, interrompendo toda a gente, a querer demonstrar que só ele é dono da verdade, tenho a impressão de ouvir a voz do meu pai a dizer:

- Quanto mais vazia a carroça, maior é o barulho que faz!

METAMORFOSE


Depois de uma boa noite de insônia

Um leite quente,

Um bom livro,

Músicas de Chico Buarque,

Estou renovada,

Passou a “fossa”,

Depois de instantes da perda,

Encontrei-me,

Uma pessoa me disse:

Uma grande mulher deve ter a alma alegre,

E eu lhe disse:

Uma grande mulher às vezes chora.

Chorei.

Pelas perdas.

Renovei meu bico como uma águia.

Estou agora aqui inteira.

Em algum lugar do passado deixei a dor

Aqui no presente tenho somente eu.

Inteira,

Renascida.



Myrian Benatti

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

A Arte de Gostar de Mulheres


Para as mulheres que merecem ser amadas e desejadas todos os dias. E para os homens aprenderem como gostar de mulher.


( Por Rafael Martí, jornalista e gosta muito de mulher, mas só tem olhos para sua morena linda)

Ainda nos meus tempos de graduação em jornalismo na Uerj, fui assistir a uma palestra do fotógrafo André Arruda, que foi do JB, Globo e trabalhava, entre outras coisas, com moda. Em determinado momento da palestra ele relatava a sua experiência em fotografar nu artístico e soltou a seguinte frase: "Para fotografar nu feminino é preciso gostar de mulher". Eu sorri, porque na minha cabeça aquilo parecia meio óbvio, mas antes que qualquer um fizesse algum comentário ele completou. "Não se trata de gostar de mulher no sentido sexual, ter tesão por mulher nua, essas coisas. Isso pode ter também. Mas se trata de gostar de mulher em um sentido mais profundo. Gostar do universo feminino. Observar que cada calcinha é única, tem uma rendinha diferente e ficar entretido com isso" - afirmou. O fato é que eu concordo com o conceito do Arruda sobre gostar de mulher. Não basta ser heterossexual, o machão latino. Para gostar de verdade de uma mulher são necessários outros requisitos que são raros. Por isso a mulherada anda tão insatisfeita. Sensibilidade é fundamental. Paciência também.

...( continuação) A Arte de gostar de Mulher

O homem que não tem paciência para escutar a necessidade que a mulher tem de falar, ou sensibilidade para cativá-la a cada dia não gosta de mulher. Pode gostar de sexo com mulher. O que é bem diferente. Gostar de mulher é algo além, é penetrar em seu universo, se deliciar com o modo com que ela conta todo o seu dia, minuto por minuto, quando chega do trabalho. Ficar admirando seu corpo, ser um verdadeiro devoto do corpo feminino, as curvas, o cabelo, seios. Mas também cultuar a sagacidade feminina, sua intuição, admirar seu sorriso que é muito mais espontâneo que o nosso. Gostar de mulher é querer fazer a mulher feliz. Levar flores no trabalho sem nenhum motivo a não ser o de ver seu sorriso. É escutar pacientemente todas as queixas da chefa rabugenta, que provavelmente é assim porque seu homem não gosta de mulher. O homem que gosta de mulher não está preocupado em quantas mulheres ele comeu durante a vida, mas sim com a qualidade do sexo que teve. Quantas mulheres ele realizou sexualmente, fazendo-as se sentirem desejadas, amadas, únicas, deusas, na cama e na vida. O homem que gosta de mulher não come mulher. Ele penetra não só no corpo, mas na alma, respirando, sentindo, amando cada pedacinho do corpo, e, é claro, da personalidade. "Para viver um grande amor é necessário ser de sua dama por inteiro", afirmou Vinicius de Morais no poema "Para viver um grande amor". Para amar 'verdadeiramente uma mulher o homem deve ser totalmente fiel, amá-la até a raiz dos cabelos. Admirá-la, se deixar apaixonar todo dia pelo seu sorriso ao despertar e principalmente conquistá-la, seduzi-la, como se fosse a primeira 'vez. O homem que não tem paciência, nem tesão, nem competência para lhe seduzir 'várias e várias vezes, esse, minha amiga, não se iluda, não gosta nem um pouco de mulher. Conquistar o corpo e a alma de uma mulher é algo tão gratificante que tem que ser tentado várias vezes. Só que alguns homens, os que não gostam de mulher, querem conquistar várias mulheres. Os que gostam de mulher é que conquistam várias vezes a mesma mulher. E isso nos gratifica, nos fortalece e nos dá uma nova dimensão. A dimensão da poesia, do amor e em última instância do impenetrável universo feminino. Mas atenção amigos que gostam de mulher: gostar de mulher e penetrar em seu universo não é torná-las cativas e sim libertá-las, admirá-las em sua insuperável liberdade. Uma das músicas com que mais me identifico é uma em inglês por incrível que pareça, para um nacionalista e anti-imperialista convicto. 'É a Have you really loved a woman? do cantor Bryan Adams. A música foi tema do filme Don Juan de Marco, e em uma tradução livre quer dizer "você já amou realmente uma mulher?". Em toda a música o cantor fala sobre a necessidade de se conhecer os pensamentos femininos, sonhos, dá-la apoio, para amar realmente uma mulher. Essa música é perfeita. Como se vê, gostar de comer mulher é fácil. Agora gostar de mulher é dificílimo. Precisa ser macho de verdade para isso. Quem se habilita?

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Alma...


Quando minha alma grita,

Ela pede que eu escreva

Só assim ela pode chorar

Em silencio.




Myrian

Não aceito caronas


Se eu pudesse voltar ao passado

Tiraria a placa de “não aceito caronas”.

Vivi poucos amores,

Não por não acreditar

Mas por acreditar no romance,

Na paixão, no amor.

Se fosse hoje amaria muito mais,

Deixaria meu coração trilhar

Seus próprios caminhos,

Deixá-lo-ia ser machucado

Assim ele se fortificaria,

Daria menos trabalho,

Menos dor, menos ilusão.





Myrian

A vida é mais que isso...


Cansei...

Cansei da brincadeira de seduzir...

Cansei de tentar seduzir com palavras...

Cansei de ser percebida só por seres carentes...

Cansei de tentar mostrar meu lado poético...

Cansei de tentar ser quem não sou...

Cansei de tentar ser quem eu sou...

A vida é mais que isso.

Myrian






imagem retirada do google

tela de Dali

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

TEMPESTADE DE AREIA


Olá,
Hoje eu queria lhe fazer algumas perguntas.
Fiquei um tempo sem lhe escrever, estava sem vontade e sem recursos espirituais porque você sabe, que até para escrever precisa-se ter a luz e eu estava em plena escuridão.
Mas hoje, depois da tempestade não sei se você viu o céu, todo coberto daquela areia marrom que entrou em todas as moradas.
Eu percebi que ainda não te conheço.
Durante todo esse tempo que nos conhecemos, tanta troca de amores e de ressentimentos, poesias e de insultos, alegrias e tristezas, beijos e caras fechadas, eu me perguntei quem é você.
Quem é você afinal?
Do que gosta?
Quais suas musicas preferidas, seus músicos.
Seus poetas, escritores,
Qual sua comida,
O que você gosta de fazer?
Não que eu nunca soube, sempre soube.
Você pode se perguntar, o que está acontecendo comigo se eu estou te estranhando, te confundindo com alguém, não é isso, é como o que acontece com a tempestade quando ela vem, varre tudo o que é de bom e ruim e deixa apenas rastros.
Nós tivemos tantos momentos e neles trocamos o que tínhamos, mas crescemos, amadurecemos, esquecemo-nos de compartilhar as novas experiências, as novas conquistas e hoje quando ouvi as músicas do nosso passado fiquei me perguntando, que música você gosta hoje.
Se eu tivesse que te dar um presente eu não saberia mais o que te dar, iria errar com certeza e você iria jogar dentro de uma gaveta e diria que gostou, sem ao menos abrir uma segunda vez.
Por onde andamos, que caminhando lado a lado pegamos tanto caminhos diferentes e nem percebemos?
Espero que você possa responder e se tiver perguntas a meu respeito faça que eu te respondo, porque eu também mudei.

Beijos...



Myrian Benatti
imagem tirada do google
uma tela de Salvador Dali

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Dias chuvosos



Você belo rapaz que entra em meu coração em dias chuvosos e acalenta seu corpo com minha alma,

Deixo minha porta sempre aberta as suas ansiedades, para que quando está necessitando sugar energias você vem me abraça me beija, me chama de sua.

Assim se sacia como um animal que come a sua presa deixando apenas o osso enterrado em algum lugar.

Sabe que quando o sol abrir não mais necessitará do corpo quente da presa.

Tem medo do amor, gosta de humilhar, bater, xingar, de ferir com suas garras.

Quando se cansa de magoar fica calado por instantes tomando fôlego para refazer todo o processo da reconquista masoquista.
Fere e acalenta, um processo ciclico de mágoas e paixões.



Myrian Benatti

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

ESCOLHAS...


Boa tarde,

Hoje começo a escrever esta carta na parte da tarde, logo de manhã quando me levanto tenho muitas atividades e faço todas para que a tarde eu possa sentar aqui e te escrever.

Quase todas as noites quando me deito penso que poderia escrever um livro, de tanta imaginação e emoção que passa dentro de mim. Penso que poderia tecer as palavras e falar sobre mim a você, você ainda não me conhece tão bem como eu gostaria, não sabe que eu sou uma mulher de 51 anos que passou a maior parte da vida sonhando em ser uma escritora de sucesso, escrevendo poemas e textos e tentando editar um livro.

Poderia te dizer que até consegui fazer dois pequenos livros ganhos em concursos e um feito por mim para poucas pessoas que eu amo, já estou nesse segundo livro também para essas mesmas pessoas.

Não sabe também que sou uma pessoa que deixou a vida passar pela janela, enquanto todos procuravam seus caminhos.

Não porque eu não lutei por ele, mas porque sonhei demais.

Estou aqui ouvindo músicas sacras (cantos gregorianos), me dá muita paz. Outro dia pensei em escrever ao papai Noel contando sobre mim se eu merecia ganhar presente esse ano devido, a tudo o que aconteceu, mas resolvi deixar por conta dele, só ele sabe se fui ou não uma boa pessoa.

Quando escrevo esta carta endereçada a você, quem não te conhece pensa que eu peço perdão via correspondência, não imagina quem você é, e o que você representa na minha vida e na vida de quem lê. Se prestasse atenção veria que através da palavra eu apenas escrevo uma carta endereçada a todos que lêem.

Tudo o que me aconteceu, as perdas os ganhos, fizeram de mim uma pessoa mais forte e decidida a ser diferente. As perdas foram muito importantes, e muito sentidas. Pensei tê-las ganho com minha amizade e inteligência, com as trocas que são feitas no dia a dia, mas quando as perde de uma maneira que vê que foi por parvoíce, você se desilude por completo.

Outro dia li num texto de Kali Mascarenhas sobre Amor Respeito e Liberdade, uma parte do texto que me tocou muito que dizia: Não posso afirmar: "Aquilo que o outro fez ou disse me feriu...” Eu é que me feri com AQUILO que ele fez ou disse... Tenho opções".

Isto me serviu muito. Tenho opção de me sentir ferida ou não.

Optei por não me sentir ferida, optei pela liberdade de ser feliz.

Outro dia meu amigo me disse -- embora eu tenha lhe dito que eu não escrevo para pedir perdão, eu então dou à mão à palmatória e perdôo quem quer que tenha me feito mal e perdôo a mim, de ter feito mal a mim mesma, por ter sofrido tanto nesse período.Ainda parafraseando a Kali: "Eu sou dono das minhas emoções...sensações e sentimentos...Também... das minhas atitudes...pensamentos e palavras !É mais valioso optar por agirao invés de apenas reagir...É mais sensato perceber que sou dono das minhas ações... e se faço algo... sou o responsável por isso... tenho escolhas".Eu escolhi ser livre, livre das más escolhas...Aprendi a me amar, e hoje eu gosto de minha companhia, hoje, mesmo que eu fique sozinha não sinto solidão.


Myrian Benatti

PARA RENASCER É PRECISO MORRER



Hoje dia 21 de agosto de um ano comum eu resolvi ausentar de alguns lugares que freqüentava. Poucos amigos que tenho nem chegarão a sentir a minha ausência.

Você que está lendo essa carta poderá pensar que faço isso como um modo de chamar atenção sobre mim, não sei se é isso, acredito que não; pode ser minha total alienação.

Muitas vezes fechei a janela para que ninguém me visse e viesse perguntar por mim, por onde eu andava, mas em vão, creio que posso ficar meses num lugar que nem as aranhas vêm fazer teias.

Coloquei um espelho na minha frente e fiz da minha imagem uma companheira e lhe perguntei por que fiquei tão sozinha, ela se encolheu e com uma lágrima (falsa?) ela me respondeu que eu escolhi esse caminho.

O caminho da solidão?

O caminho da autodestruição?

Ou o caminho zen, meu caminho de mim mesma?

Mas se eu escolher o caminho de ficar só e ficar bem, eu não precisaria da convivência do espelho.

Dou um sorriso amarelo, arqueio a sobrancelha e me posiciono melhor e olho bem dentro dos meus olhos. Dizem que os olhos são os espelhos da alma, e se eu olhar meus olhos no espelho, será que posso enxergar melhor o que tenho de melhor?

Mas cá estou eu, sentada esperando...

Tentei só olhar o que eu tinha de melhor, mas o espelho não mente e vi também o que eu tenho de pior.

Manipulei por muito tempo as pessoas, brinquei e joguei com os sentimentos.

Amei muito e perdoei demais.

Olhei para o espelho e pedi perdão, para mim, para os outros e como a águia comecei a arrancar o que tinha de velho em mim, o que tinha de sujo, as pragas, os erros, meus defeitos, meus pecados.

Entre as lágrimas sorri, vislumbrei uma luz de esperança.

Para renascer é preciso morrer.

Myrian

quinta-feira, 31 de julho de 2008

Máscaras e perfis


Bom dia,

Resolvi te escrever, acredito que virou uma necessidade comentar o que sinto.

Ontem eu estava muito triste, acredito que seja por motivos de muitas atitudes que te contarei hoje.

Quero que saiba que eu não sou fútil, nem falsa, mas é da minha personalidade inventar máscaras e perfis para ser uma pessoa que eu na verdade sou, mas não quero que ninguém saiba que sou eu.

Devo ter dito a você ontem que eu tenho humor variado, ora triste, ora alegre.

Quando estou triste eu escrevo muito, escrevo poemas, porque não sou de chorar, acho que nem lágrimas eu tenho, se perderam nas muitas tristezas da alma que já passei. Claro que ainda não tive nenhuma tristeza muito forte de perda por falecimento de um ente querido, nem de doença, mas já perdi amigos, por motivos tolos que estou a te contar agora.

Talvez seja o motivo desta tristeza que ontem eu estava.

Um dia misturei amigos reais com virtuais e deu uma droga mais forte que explosão da terceira guerra mundial.

Eu já tinha tido experiências antes com amigos, mas como posso explicar a você a perda de algo que nunca se teve? Um dia um amigo do sul virtual também me disse assim: Não se perde o que não se tem. Hoje eu vejo que a amiga que eu perdi, eu nunca a tive, mas então porque eu sofro tanto esta perda?

Talvez não seja a perda dela que eu sinto falta, mas da situação criada por ela. Como eu disse aí em cima quando eu estou triste eu escrevo, mas quando estou alegre eu gosto de fazer amigos virtuais. Sabe houve uma época que conheci muitas pessoas e fiz muitos amigos, você foi um deles, jamais pensei em mostrar uma das minhas personalidades ou mascara para vc, sempre mostrei a pessoa real interior que eu era embora eu mostrasse uma pessoa virtual exterior a você. Vemos o que queremos ver em alguém, então não creio que eu menti pra ninguém, talvez eu tenha apenas alimentado a sua ilusão de me ver como você queria que eu fosse.

Com o passar do tempo essa “brincadeira” virtual foi passando e eu fui abandonando o hábito de mostrar minhas máscaras. Salvo quando eu percebia o perigo do abandono então vestia uma nova roupa e começava de novo apenas com pessoas que me era muito importante.

Numa dessas escapadas, deslizadas, eu introduzi pessoas que não mereciam conhecer outras pessoas.

Porque nesse mundo enxergamos apenas o que queremos enxergar, podemos até nos apaixonar. Eu tinha amigas que eu fazia confidencia contava tudo e foi num desses segredos que foi mostrado que eu usava máscara. Eu sempre soube que você também tinha as suas, mas sempre respeitei, porque aqui é um jogo, estamos há tanto tempo neste mundo virtual que sabemos que os jogos virtuais apenas se transformam em pecado quando alguém nos mostra os nossos erros.

Sei que a pessoa que lhe abriu os olhos está sempre do seu lado, e sei também que ela o fez não porque me odeia, mas porque teve medo que você gostasse mais de mim, o que ela nunca soube é que nunca tivemos e nunca teremos nada, porque somos feito da mesma massa virtual, da mesma massa que fazem as máscaras.

Mas tenho certeza que você não comenta pra ela isso, porque é mais fácil alimentar o ódio dela em relação a mim, pelo ódio que você está sentindo por ela ter mostrado quem eu sou.

É como a amiga que mostra pra outra que o marido a trai, no final os dois fazem as pazes e ela que dedurou fica mal.

Não sei se vai ler essa carta.

Agora vou terminando e não desejo nem felicidades nem infelicidades para você, muito menos para quem de alguma forma mostrou a você quem eu era. Aos pouco tudo isso vai se tornando algo indiferente, é certo que eu às vezes sinto saudades, quando leio seus emails e seus poemas, mas estou jogando fora tudo o que não mais me pertence.

Um dia tudo isso será passado.


Sua amiga virtual
Myrian Benatti

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Estrada Paralela


Quem eu pensei que você fosse...

Um dia, eu fui em busca de um caminho. Sou andarilho que caminha numa estrada diferente, uma estrada que busca encontrar um sentido para o conhecimento da alma, mas estava eu toda perdida, não sabia exatamente aonde ir e quem buscar.

Encontrei você todo perdido. Hoje eu me pergunto, será que você estava mesmo perdido?

Será que na minha inocência eu não o julguei apressadamente e me aproveitei da situação porque era o melhor pra mim?

Mas lá estava você, e lá estava eu, ambos perdidos de buscas que fazíamos ambos buscando nada, tentando preencher lacunas com nada.

Mesmo não buscando nada nos encontramos e nos preenchemos momentaneamente de tudo, de música e poesia, de palavras e sensualidade, de pecado e orgia, de amizade e solidão.

Tem uma frase de Vinícius que diz assim: Que não seja imortal posto que é chama, mas que seja infinito enquanto dure.

Foi breve e fugaz.

Durou exatamente a chama da procura, diria que algumas brasas ainda queimaram ao longo dos séculos, mas com pouca intensidade, o necessário pra iluminar os passos do andarilho.

Será que você aproveitou das chamas da paixão?

Será que você conseguiu encontrar o caminho que procurava?

Será que você aprendeu algo nesta caminhada?

Eu posso dizer hoje que você não tem culpa se pegamos caminhos diferentes. Ao longo da vida caminhamos por estradas paralelas, quando nos encontrávamos em algum cruzamento fazíamos moradas, tentávamos caminhar junto, mas logo cada um seguia seu caminho, o passado não caminha com o presente, nem o presente com o futuro, cada um tem o seu tempo.

Hoje por algum motivo estamos novamente em caminhos paralelos, cada um seguindo caminhos contrários onde mesmo com um trevo jamais voltaremos a nos encontrar.

Jamais?

Só o tempo dará essa resposta...



Myrian Benatti

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Reflexo: O espelho da alma





Olhei para frente e lá estava ela. A principio toda tímida, com os olhos cansados, o rosto fatigado sem rugas, o cabelos em desalinho, ela o havia pintado há pouco tempo, mas já se via as marcas do corte mal feito e do cabelo seco e espetado. Há muito não se via um creme no cabelo, estava todo despenteado.Seus olhos por trás daqueles óculos eram até inocentes, mas os óculos faziam o papel de escondê-los dando um ar de mais velha e o reflexo escondia o pouco que restava.

Mas eu a conhecia bem quando ela estava serena, era bem diferente do que eu presenciava agora.Usava um brinco combinando com a roupa. Percebi que de uns tempos pra cá ela estava se cuidando mais, ela havia emagrecido e sua auto estima estava melhor. Mas o rosto não é o espelho da alma? Olhei a sua boca, não vi nenhum sorriso estavam sério assim como os seus olhos. Creio que seu coração estava passando por alguma mudança, ela estava inquieta. Foi aí que ela me percebeu.

Ela me fitou. Olhou dentro dos meus olhos, como se pudesse ler o que eu estava lendo.

Seu rosto foi mudando aos poucos, uma brisa bateu em meus cabelos e eu voltei meu corpo para a janela em direção ao vento. Quando voltei a olhá-la ela já estava mais serena. Estava sem óculos, havia tirado e me olhava com atenção. Percebi olheiras em volta de seus olhos, era cansaço e não tristeza, embora também ela estivesse triste, mas sua tristeza era mais interior.Ela forçou um sorriso, meio amarelo, o suficiente para quebrar o gelo. Percebo que ela tem um tique, toca com seus dedos o brinco da orelha esquerda, gosta muito de tocar seu rosto. Ela é realmente uma pessoa tímida, quem não a conhece não percebe esta timidez, ela é falante e se dá bem com todo mundo.

Dizem que o corpo fala, e o dela fala muito. Ela fala muito com as mãos, e se você a observar de longe percebe a solidão que ela tem. De perto você não percebe muita coisa nela, porque ela puxa assunto e conversa com todo mundo, está sempre sendo prestativa ora com um, ora com outro.

Pensei que ela viesse conversar comigo, mas ela só me olhou, nada disse o tempo todo. Apenas me fitou como eu, também não disse nada.

Dei um sorriso e percebi que seu rosto estava bem calmo e tranqüilo, ela também me sorriu e sentiu que eu iria voltar.

Dei as costas e segui até a porta, por cima do ombro olhei para trás e percebi que também ela estava indo embora e olhava para trás.

Fechei a porta.


Myrian Benatti

sábado, 24 de maio de 2008

Andarilho





Estou sempre aqui e ali,
entre uma estrada e um sossego
entre uma estrela e um cometa
entre uma poesia e uma lágrima
Sou assim, uma poetisa,
busco nas pessoas amizades
às vezes encontro portas fechadas,
às vezes abro mas esqueço de fechá-las,
muitas vezes bato na porta, e dou a volta
às vezes dou a volta pra abrir a outra porta,
às vezes dou a volta e bato em retirada.
e sigo meu caminho de andarilho....


Myrian Benatti

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Chorar...



Há muito tempo que eu não choro.
Nem de felicidade, nem de tristeza.
Por um lado de tristeza não chorar é muito bom,
Quando se chora é sempre pela perda de algo ou alguém.
Chorar de alegria uma palavra que gera dualismo,
Chorar de alegria?
No dicionário chorar significa exprimir tristeza, dor, etc., com gemidos, soluços, acompanhados ou não de lágrimas; soluçar, verter ou derramar lentamente gotas de água.
Então a palavra chorar sempre remete dor.
O certo seria derramar lágrimas de tanto rir, rir de felicidade, rir de estar bem com alguém, de estar bem consigo mesma.
O choro nasce onde? Eu não sei, mas o meu para na garganta sufocado como uma âncora travada em algum navio perdido no fundo do mar.
Dizem que o choro lava a alma. Eu acredito nisso. No choro como uma limpeza.
No choro como um perdão a si mesmo.



Myrian Benatti

domingo, 18 de maio de 2008

Abrir a porta a estranhos???


Outro dia li que ao abrir a porta e permitir que pessoas entrem em nossa casa nós estamos deixando que mude a nossa rotina. A verdade que mesmo que temos rotinas diferentes e modo de viver ou ver a vida diferente ao abrir a nossa morada, a qualquer pessoa, se dá a brecha para que elas se instalem e acabam mudando também a nossa vida.
Indiferente de ser alguém ou algo, bom ou mal, depois que penetrou em nosso meio acaba por misturar e macular a nossa alma.
Não tem mais volta se nos fizer mal, é como erva daninha cresce sempre mais, mesmo que aparemos e colocamos veneno, cresce dentro da terra e sobe por todos os poros.
Se nos fizer o bem terá dentro de nós sempre alegria e bem estar.




Myrian Benatti

quinta-feira, 15 de maio de 2008

O MITO DE SÍSIFO


Quem já ouviu falar do Mito de Sísifo?

Sísifo enganou a Morte, mas foi descoberto e como castigo ele foi condenado por toda a eternidade a rolar uma grande pedra de mármore com suas mãos até o cume de uma montanha, sendo que toda vez que ele estava quase alcançando o topo, a pedra rolava novamente montanha abaixo até o ponto de partida por meio de uma força irresistível.
Eu estou como Sísifo, há algum tempo estou tentando fazer um trabalho de tricô, quando estou na metade desmancho todo o trabalho e começo do zero. Isso já aconteceu umas seis vezes. Hoje eu lembrei desta história mitológica. Talvez eu esteja pagando algo, há pouco escrevi um texto-carta falando sobre enganar, seria eu uma sísifo do século xxl? Estaria eu me auto punindo? Ou estaria eu deixando o outro me punir?
Não sei.
O certo é que estou errando ora coloco ponto demais na agulha ora não faço o ponto certo. Preciso tomar mais cuidado e ter mais atenção.
O mito de sísifo é uma literatura muito interessante, vale a pena ser lida.

Deixo a vocês que me lêem uma boa leitura sobre o mito.
Um grande abraço aos amigos do recanto.


Myrian Benatti




O Mito de Sísifo
Albert Camus

Os deuses condenaram Sísifo a incessantemente rolar uma rocha até o topo de uma montanha, de onde a pedra cairia de volta devido ao seu próprio peso.Eles pensaram, com alguma razão, que não há punição mais terrível do que o trabalho inútil e sem esperança.Acreditando em Homero, Sísifo foi o mais sábio e prudente dos mortais. Entretanto, de acordo com outra tradição, ele foi designado a praticar a profissão de salteador. Eu não vejo nenhuma contradição nisto.
As opiniões diferem quanto às razões pelas quais ele se tornou o inútil trabalhador do subterrâneo. Para começar, ele é acusado de certa frivolidade a respeito dos deuses. Ele roubou seus segredos. Egina, a filha de Esopo, foi raptada por Júpiter. O pai ficou chocado com aquele desaparecimento e queixou-se a Sísifo. Ele, que sabia do seqüestro, ofereceu-se para contar o que sabia com a condição de que Esopo dessa água à cidadela de Corinto. Ele a preferiu a bênção da água ao invés dos raios celestiais. Ele foi punido por isso no inferno.
Homero nos conta também que Sísifo acorrentou a Morte. Plutão não pôde suportar a visão do seu império abandonado e silencioso. Ele despachou o Deus da Guerra, que libertou a Morte das mãos de seu conquistador. É dito que Sísifo, estando próximo à morte, imprudentemente quis testar o amor de sua esposa. Ele ordenou a ela jogar seu corpo insepulto no meio da praça pública. Sísifo acordou no inferno. E lá, irritado por aquela obediência tão contrária ao amor humano, ele obteve de Plutão permissão para retornar à Terra para punir sua esposa. Mas quando ele viu novamente a face do seu mundo, gozou a água e o sol, as pedras quentes e o mar, não quis mais retornar à escuridão infernal. Chamados, sinais de raiva, avisos foram de nenhuma utilidade. Ele viveu muitos anos mais diante da curva do golfo, do mar brilhante, e dos sorrisos da Terra. Um decreto dos deuses foi necessário. Mercúrio veio e agarrou o homem atrevido pelo colarinho, e, arrancando-o de seus prazeres, conduziu-o forçosamente de volta ao inferno, onde sua rocha estava pronta para ele.
Você já captou que Sísifo é o herói absurdo. Ele o é, tanto pelas suas paixões quanto pela sua tortura. Seu desdém pelos deuses, seu ódio pela morte e sua paixão pela vida fizeram com que ele recebesse aquele inexprimível castigo no qual todo seu ser se esforça para executar absolutamente nada. Este é o preço que deve ser pago pelas paixões neste mundo. Nada nos é dito sobre Sísifo no inferno. Mitos são feitos para a imaginação soprar vida neles. Quanto a este mito, vêem-se simplesmente todo o esforço de um corpo esforçando-se para levantar a imensa pedra, rolá-la e empurrá-la ladeira acima centenas de vezes; vê-se o rosto comprimido, a face apertada contra a pedra, o ombro que escora a massa recoberta de terra, os pés apoiando, o impulso com os braços estendidos, a segurança totalmente humana de duas mãos cobertas de terra. Ao final deste longo esforço medido pelo espaço e tempo infinitos, o objetivo é atingido. Então Sísifo observa a rocha rolar para baixo em poucos segundos, em direção ao reino dos mortos, de onde ele terá que empurrá-la novamente em direção ao cume. Ele desce para a planície. É durante este retorno, esta pausa, que Sísifo me interessa.
Um rosto que trabalhou tão próximo à pedra, já é a própria pedra!Eu vejo aquele homem descendo com um passo muito medido, em direção ao tormento que ele sabe que nunca terá fim. Àquela hora, que é como um momento de respiração, que sempre voltará assim como seu sofrimento; é a hora da consciência. Em cada um destes momentos, quando ele deixa as alturas e gradualmente mergulha no covil dos deuses, ele é superior ao seu destino. Ele é mais forte do que sua pedra. Se este mito é trágico, é porquê seu herói é consciente. Onde estaria realmente sua tortura se a cada passo a esperança de prosperar o sustentasse? O trabalhador de hoje trabalha todos os dias de sua vida nas mesmas tarefas, e seu destino não é menos absurdo. Mas é trágico apenas nos raros momentos em que ele toma consciência. Sísifo, proletário dos deuses, impotente e rebelde, sabe a total extensão de sua miserável condição: é nisso que ele pensa durante sua descida. A lucidez que deveria constituir sua tortura ao mesmo tempo coroa sua vitória. Não há destino que não possa ser superado pelo desprezo. Se desta maneira, a descida é realizada às vezes com tristeza, também pode ser realizada com alegria. Esta palavra não é exagerada. Novamente, eu imagino Sísifo retornando em direção à sua rocha; o sofrimento estava no início. Quando as imagens da Terra aderem-se com muita força à memória, quando o chamado da felicidade torna-se muito insistente, acontece da melancolia aparecer no coração do homem: esta é a vitória da rocha, esta é a própria rocha. O sofrimento sem limites é muito pesado para se suportar. Estas são nossas noites de Gethsêmane. Mas verdades esmagadoras perecem quando tornam-se conhecidas. Assim, Édipo no início obedece ao destino sem saber dele. Mas a partir do momento em que ele sabe, sua tragédia inicia. Mas, ao mesmo tempo, cego e desesperado, ele percebe que a única ligação que o une ao mundo é a fresca mão de uma moça. Então uma tremenda observação soa: "A despeito de tantas experiências difíceis, minha idade avançada e a nobreza da minha alma me fazem concluir que está tudo bem". O Édipo de Sófocles, assim como o Kirilov de Dostoievsky, desta forma dão a receita para a vitória absurda. A sabedoria antiga confirma o heroísmo moderno. Não se descobre o absurdo sem ser tentado a escrever um manual sobre a felicidade. "O que ? --- Por estes estreitos caminhos ? --- " Não há um só mundo, de qualquer maneira. Felicidade e absurdo são dois filhos da mesma Terra. Eles são inseparáveis. Seria um erro dizer que a felicidade nasce necessariamente do descobrimento do absurdo. O mesmo quanto ao sentimento do absurdo nascer da felicidade. "Eu concluo que está tudo bem", diz Édipo, e esta observação é sagrada. Ela ecoa no universo selvagem e limitado do homem. Ela ensina que tudo não foi e nem está esgotado. Ela expulsa deste mundo um deus que veio a ele com descontentamento e com uma preferência pelo sofrimento inútil. Ela faz do destino uma questão humana, que deve ser resolvida entre os homens. Toda a alegria silenciosa de Sísifo está contida nisto. Seu destino pertence a ele. Sua rocha é algo semelhante ao homem absurdo quando contempla seu tormento; silencia todos os ídolos. No universo subitamente devolvido ao seu silêncio as pequenas vozes extremamente fascinantes do mundo elevam-se. A inconsciência, os chamados secretos, os convites de todos os aspectos, eles são o reverso necessário e o preço da vitória. Não há sol sem sombra, e é essencial conhecer a noite. O homem absurdo diz sim e seus esforços doravante serão incessantes. Se há um destino pessoal, não há um destino superior, ou há, mas um que ele conclui que é inevitável e desprezível. Para o restante, ele reconhece a si mesmo como o mestre de seus dias. No momento sutil quando o homem dá uma olhada para trás em sua vida, Sísifo retornando à sua pedra, neste modesto giro, ele contempla aquela série de ações não relacionadas que formam o seu destino, criado por ele, combinados e sujeitos ao olhar de sua memória e logo selados por sua morte. Assim, convencido da origem totalmente humana de tudo o que é humano, o homem cego, ansioso para ver, que sabe que a noite não tem fim, este homem permanece em movimento. A rocha ainda está rolando.
Eu deixo Sísifo no pé da montanha! Sempre se acha sua carga novamente. Mas Sísifo ensina a mais alta honestidade, que nega os deuses e ergue rochas. Ele também conclui que está tudo bem. O universo, de agora em diante sem um mestre, não parece a ele nem estéril nem inútil. Cada átomo daquela pedra, cada lasca mineral daquela montanha repleta de noite, em si próprio forma um mundo. A própria luta em direção às alturas é suficiente para preencher o coração de um homem.
Deve-se imaginar Sísifo feliz.

tradução: João Carlos Rocha Campos

Bumerangue



Às vezes fico pensando que a vida é engraçada, brinquei tanto com as pessoas que agora a vida brinca comigo.
É como um bumerangue que bate e volta.
Como a arma, a vida levada na brincadeira acaba se transformando em um objeto perigoso.
Preciso tomar cuidado em não ficar na frente do bumerangue enquanto ele está retornando das curvas.
Posso também não jogar o bumerangue.
Porque ao jogar corro o risco de voltar contra mim em algum espaço do tempo.



Myrian Benatti

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Sagrado e Profano


No meu corpo vivem duas almas que brigam entre si.
Uma é alegre, a outra melancólica.
Uma é santa madona,
A outra é uma “putana”.
As duas convivem em cada lado do meu corpo,
Algumas vezes querem sair juntas, ao mesmo tempo...
É onde elas percebem que têm que dar espaço, fazer limites.
Uma gosta de palavras picantes gosta de seduzir e ser seduzida.
Gosta de mostrar seu poder perante os homens,
A outra sabe do seu poder, sabe que seduzir não precisa de muitas palavras.
É onde seus egos brigam.
A madona seduz com palavras meigas.
A putana com palavras sensuais.
Ambas são sedutoras.
Ambas são solitárias.




Myrian Benatti

segunda-feira, 5 de maio de 2008

ÁGUA


Dentro da água sinto a solidão do pensamento, não percebo que pessoas à minha volta percebem meu semblante, uma senhora me pergunta por que estou triste, diz ela que a tristeza do pensamento envelhece a pessoa, e eu respondo a ela que não estou triste, apenas que dentro da piscina é o único lugar que fico comigo mesma, uma forma de pensar e será que meu pensamento estaria dando um ar de tristeza ao meu rosto? Preciso me esforçar para fazer pensamentos positivos. Uma para então não envelhecer antes da hora, e outra por que se eu faço ginástica na água já estou lá para relaxar e não para ficar tensa ou mesmo triste. Mas porque no único lugar que eu escolhi ficar isolada embora esteja tão cercada de pessoas, não é o lugar bom para pensar e até mais tarde escrever? Vejo que talvez lá seja um lugar público com sons altos e danças embaixo d’água, minha coreografia é quase mental, estou lá mas não estou. Meu corpo está lá, tenho essa mania de não relaxar em atividades, se faço ginástica eu também nunca estou com a mente no mesmo lugar que o corpo, agora na aula de hidroginástica meu corpo está na água, mas minha mente está nadando em outras águas, pode ser que foi isso que despertou o olhar da senhora que me viu. Eu disse a ela que escrevo, então ela me disse, é por isso que você é pensativa, menos mal, mudei de rosto triste para pensativa, de pessoa infeliz para uma pessoa sensível. Agora por essa pessoa serei vista como uma poetisa, uma pessoa culta, será que eu fiz este comentário pra tirar da cabeça dela a nuvem de tristeza que ela leu em mim?
Agora terei esta preocupação na aula, talvez eu nem me lembre de sorrir, mas se ela ficar do meu lado eu saberei que ela me observa, talvez de todo não seja um mal, porque sorrir traz sempre pensamentos bons e ninguém faz um sorriso forçado.
Talvez eu aprenda a relaxar e usufruir do momento de paz e relaxamento que a aula proporciona. Aprende-se muito com os mais velhos, a ver com o coração, a sentir com a alma.


Myrian Benatti

Monstro


Tem dentro de mim um monstro que me pisa
Só é feliz quando me vê embaixo de seu pé,
Depois quer recolher os cacos deixados no chão,
Como se nada tivesse acontecido,
tenta me levantar a força,
Ri das dores que provocou,
diz que sou melindrosa,
Que sou azeda, mal humorada, estúpida e até atrasada.
Não percebe as lágrimas que escorre em meu coração.
São lágrimas de sangue, da dor, da humilhação.



Myrian Benatti
foto retirada de um site.
foto de Linda Torres

domingo, 20 de abril de 2008

Feliz "desaniversário" para mim!!!


Feliz "desaniversário" para mim!!!

Adoro festa, adoro fazer aniversário, adoro ganhar presentes, adoro dar presentes.
Hoje dia 20/04 fiz 51 anos. Convidei os amigos mais íntimos, meus pais, e uma das minhas irmãs, porque a outra gêmea comigo está um pouco longe, mas com certeza ficamos ligadas em pensamento.
Há alguns anos eu tinha muito mais amigos que agora, amigos reais e até virtuais, mas com o passar do tempo tudo vai se acabando, é como uma peneira. Aos poucos vai sumindo a quantidade e ficando a qualidade.
Alguns poucos amigos me ligaram, os que ligam todo ano, outros com certeza vão se lembrar daqui uns dias, isso não importa, outros só vão se lembrar depois de ler esse texto.
Procurei um texto que fala do desaniversário. O desaniversário é o aniversário de todo os dias do ano menos o dia em que comemoramos o nosso aniversário.
Hoje foi um dia especial. Estive com pessoas especiais o tempo todo, tiramos fotos, conversamos e rimos muito.
Estar com amigos é muito importante, e ter amigos que lembram de você é essencial, não importa a distância o que importa é a conexão das almas.



Myrian Benatti

domingo, 13 de abril de 2008

Numa sexta feira qualquer


Toda sexta feira eu tenho duas amigas que se reúnem para um bate papo informal, elas levam uma cervejinha, um smirnoff, gelo, limão, e uns come e bebe, ambas tem filhos e também muitos amigos, às vezes ficam só entre as duas, às vezes tem seus convidados especiais, suas amigas de trabalho. Eu sou uma das amigas especiais embora não seja de trabalho, mas pq. conquistei esse espaço, no começo eu ia sozinha, depois comecei a levar a minha turma que também é uma turminha legal.
Nesta sexta feira foi aqui em casa, fizemos um “churrasquinho de gato”, é um tipo de churrasquinho pequeno só pra comer naquele instante. Como estou em reeducação alimentar, para não falar que estou de regime bravo mesmo, que essa palavra dói, dói na alma, no estomago, tenho que emagrecer e bastante, fiz aquela salada, pra falar a verdade só gostava de ver a salada na mesa ou então em fotos porque ela é linda e colorida, agora eu a acho saborosa, deliciosa, gostosaaaa.
As meninas (vou chamar de meninas porque a mais nova deve ter uns 43 anos) variaram de bebidas, tem a que toma só cerveja, a que toma só smirnoff com gelo, limão e coca-cola, há quem toma só a coca e quem toma ora coca ora água, eu como vocês viram nada aí era light, fiquei na água.
Os comes eram carninha de frango, peito, e carne de boi bem fininho pra se fazer na chapa, tinha picles, e a salada maravilhosa.
Nossos papos variam, como elas agora têm computador, agora nossos papos giram em torno de internet, amores virtuais, amores reais, trabalho, vida, filhos, vida real, planos futuros, tristezas alegrias, de poesias.
Entre uma cerveja, e muitas águas a noite acaba virando madrugada.
Uma delas me pediu que eu fizesse um texto desse dia.
Todas as meninas que estavam em minha casa são maravilhosas, minhas amigas do peito, porque posso fazer confidencias porque são pessoas leais.
Espero que essas amizades por ser de quase segunda idade permaneça até a terceira idade com muita alegria.



Myrian Benatti





quinta-feira, 10 de abril de 2008

A Canção Dos Seus Olhos



Ao longe toca uma música, uma melodia suave... Dont worry be happya de Bob Marley.
Quando vejo meu corpo balança conforme o tom da música, eu acompanho o assobio, nunca pensei que soubesse assobiar, mas a música me contagiou.
Todo o meu corpo pertence agora a este som que dura exatamente três minutos e 54 segundos.
Quando a música para sinto um grande vazio, um silêncio paira em mim.
Agora toca a música “A noite de meu bem de Dolores Duran”, alguém do outro lado deve estar triste, a música está variando, ora é uma musica de balada ora é uma música de dor de cotovelo.
Ouvir música através de outra pessoa é muito interessante, você viaja no sentimento alheio, imagina o que passa no coração do outro, mesmo porque você não sabe se é homem ou mulher que está ouvindo.
A nova música dá um rumo do sentimento, creio que quem ouve as músicas seja uma mulher romântica e muito triste “Eu sou a outra de Carmen Costa” e logo em seguida “Fim de caso de Dolores Duran” ouço alguns soluços, não sei se devo ir até lá, estou curiosa e apreensiva.
Fico onde estou parada ouvindo a nova música “Gente Humilde de Ângela Maria” e meu coração aos poucos vai se conectando com a tristeza, porque tristeza contagia assim como a música outrora me contagiou. “Nossos Momentos de Elizete Cardoso” agora não é mais a vizinha que está triste, sou eu que entristeci. “Meu mundo caiu e Ouça - duas músicas de Maysa” penso em bater na porta da vizinha e chorar com ela, mas não creio que ela fosse entender. Toca a última música “A canção dos seus olhos de Maysa”, os meus olhos embargados de lágrimas, presta atenção em cada frase para poder entender o seu significado e ao mesmo tempo sossegar meu coração.

A Canção Dos Seus Olhos

Composição: Desconhecido

ai voce foi embora era hora de ir

depois que sabe que tristeza haveria

ai! foi bom separar os meus

olhos dos seus

o meu olhar apagarei do teu olhar


ah! não faz mal a distâcia

ah! nao faz mal a saudade

hoje é melhor eu saber

que você nao sofreu

se eu sofri não faz mal


ai! nasceu do sofrimento

na esperança e no amor

nasceu de mim

a canção dos olhos seus


Myrian Benatti

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Acordo com a brisa da manhã


Acordo com a brisa da manhã, espreguiço-me
deitada na cama ainda abraçada aos lençóis penso em você,
sei que me espera.
Levanto e ando pela casa completamente nua,
tomo uma ducha ainda pensando em você,
o sabonete desliza em meu corpo
como se fosse sua mão conhecendo meus mistérios,
a espuma nos meus seios e pernas me deixa excitada,
imagino você do outro lado
suas pernas entrelaçando com as minhas
suas mãos em mim,
você em mim.
Assim fico por alguns momentos de olhos fechados
saboreando o instante.
Saio da banheira enrolada numa toalha branca, felpuda,
Enxugo-me devagar, como uma carícia,
ainda completamente nua procuro o perfume que você me deu,
borrifo uma gota de Eau de Soir nos lóbulos,
uma gota em meus pulsos, e entre meus seios,
escolho uma calcinha de renda estampada,
com flores vermelhas e fundo pérola,
coloco o corpete com a cinta liga
visto-me sensual para você,
meias finas,
jogo em cima um vestido leve que dança em meu corpo,
passo apenas um lápis em meus olhos e um batom,
visto meu escarpin preto pego minha bolsa e saio.
Estou com você no meu pensamento,
ouço a nossa música, cantarolo alguns trechos...da música de Vinícius
"Quando a luz dos olhos meus e a luz dos olhos teus
resolvem se encontrar, Ai, que bom que isso é, meu Deus
que frio que me dá o encontro desse olhar".
E vou ao seu encontro.




Myrian Benatti

segunda-feira, 17 de março de 2008

Caro amigo virtual




Caro amigo que conheço apenas virtualmente por mensagens sem entrar no msn, a você quero agradecer suas mensagens, e dizer que às vezes penso em trazê-lo até meu convívio de msn, mas lá depois que eu add as pessoas parece que minha pessoa muda, então para me proteger e te proteger prefiro que vc fique onde está, apenas em mensagens.
Porque será que mudo tanto?
Porque depois que add alguém penso que eles sejam meus e passo a tratá-los como se eu fosse prioridade? Claro não conseguindo ser o primeiro lugar perco o amigo tão rápido como consegui.
Às vezes quero que a pessoa entre e assim possamos conversar com mais freqüência, só que eu não sei lidar com a concorrência, às vezes está com alguém em um assunto e eu o vejo on-line e penso que não quer conversar comigo, passa mil coisas em minha cabeça, que lhe fiz algo que não agradou, ou então eu percebo que aprontei , pq.depois de um tempo eu acabo aprontando mesmo, este é o meu mal.
Penso que a pessoa me pertence.
Gostaria de ser importante, mas não sou e não é falta de estima, sou apenas uma pessoa a mais na lista.
Porque lhe escrevo esta carta?
Nem mesmo sei, adoro escrever, e sei que você lê o que eu escrevo, e qdo gosto de uma pessoa a maneira que tenho que presenteá-la é escrevendo diretamente a ela, ou um poema, ou uma carta, uma poesia ou até um adeus.
Quando mais jovem eu paquerava e qdo esta paquera terminava às vezes eu mandava um poema dando adeus, era a forma de dizer amei você e vc nem percebeu.
Fui louca?
Acho que sim.
Já mandei carta, já fiz poemas, poemas encomendados, poemas sensuais, poemas para amigos, para marido, para irmã, para filhos, mas só escrevo pra quem eu gosto ou admiro.
Se neste momento lhe escrevo é porque vc faz parte desta maioria, das pessoas que eu gosto.
Por gostar de vc quero que sempre permaneça no anonimato, para que eu nunca o perca com as minhas manias.
Não sei se você é jovem ou velho, teve uma época que eu tive interesse, mas depois me contive e deixei a curiosidade de lado, porque no momento que eu souber tudo, você entra na lista da exclusividade e eu não quero lhe perder como amigo maravilhoso que tem sido até hoje.
Para mim o importante é você estar sempre presente.
Um beijo


Myrian Benatti

Luta travada


Hoje estou me sentindo bem, não um bem feliz, mas um bem morno.
Não sei se me faço entender, sinto como se eu tivesse saído de um quarto escuro e ido pra luz, meio tonta, sem enxergar ainda o dia lá fora.
Tudo o que eu lutei esses dias voltou ao seu normal.
Normal?
Estou me sentindo normal?
Senti-me estranha como se pisasse em ovos, eufórica eu diria com o resultado da luta que travei nesses dias, mas tenho o gosto do fel na boca, talvez pelo cansaço da eterna luta, talvez pelo resultado não ter sido como eu esperava.
O dia do ontem embora sendo passado e ele me trouxesse uma esperança que eu não tenho hoje, a realidade tomou conta da ilusão e dos sonhos que eu tive.
Ele voltou e fez suas condições para ficar, isso consumiu todas as minhas forças.
Para te-lo eu teria que vergar a sua vontade.
Até agora estou paralisada sem saber o que fazer.
Esses dias da sua ausência eu me perdi dentro do universo que construí, as luzes se apagaram e o mundo ficou cinza.
Agora como um arco-íris todas as cores voltaram ao céu, estou sentada olhando pra este universo e admirando as cores belas que se formaram, mas meu rosto estampa a seriedade dos meus olhos, eles deixaram de sorrir.
Serei eu mesma incompleta se me vergar a sua vontade,
Serei eu mesma incompleta se ele for embora de novo.
Diante de duas metades incompletas preciso achar um meio de me ajustar a essa nova situação.
E nesse dia eu posso dizer que estarei completa, porque nesse dia encontrei a minha própria autonomia.


Myrian Benatti

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

mudança


Há dois dias minha vizinha esta mudando, é trem que não acaba mais, caixas e mais caixas, deve estar toda a sua vida aí dentro, esta não é a primeira vez que ela muda do meu prédio, mas parece que não tinha tantas quinquilharias antes. A primeira vez que ela mudou foi pra uma casa e depois ela voltou a morar aqui e fez a mudança quase que nos próprios braços e agora foi dois dias de desce caixa, embala caixa, põe o piano, a bicicleta, geladeira, e as compras feitas do momento.
Parece que desta vez ela vai pra sempre.
Outro dia ela me confessou que não agüentava mais mudar, muda pra casa, muda pra fazenda, sai de Curitiba, vem pro interior, toda vez que muda leva um pouco, deixa um pouco no coração das pessoas.
Fazendo um análogo da situação eu tenho dificuldade de mudar em tudo.
Desde relações até mesmo em situações que precise tomar rumos diferentes.
Olhando os homens da mudança que levavam as caixas eu pensava que quando eu tivesse que mudar eu levaria quase uma semana pra sair da minha casa tamanha é a quantidade de objetos, lembranças, e lixos que eu não jogo fora.
Resolvi então sou mais fácil eu não sair de casa, o que sempre faço quando tenho que mudar algo, eu penso o quanto é difícil à mudança o quanto é difícil mexer no que está aí parado, pra que mexer? Pra que? Mudaria onde? E para onde? E se eu mudasse mudaria algo?
Por que mudar não é só de lugar, é o interior também, e esse interior que é difícil à mudança.
No sentido profissional não tentei o suficiente, não mudei meu jeito de pensar, não lutei o suficiente pra ser uma profissional, continuei o caminho que sempre caminhei, o meu.
Esqueci de crescer.
Levei um bom tempo pra perceber isso, nem quando casei, nem quando tive filhos.
Queria que minha vida fosse como era no antigamente, sem as mudanças que a vida dá, mesmo que no meu passado eu também tinha dificuldades de terminar algo, era arroubo da juventude, era o que eu pensava.
Tinha dificuldades de terminar um texto, um tricô, um namoro, deixava tudo acontecer, ou deixava pra lá o que não tinha fim.
Mas hoje olhando o caminhão de mudança eu percebi que tenho medo, medo de não dar certo e ter que voltar com tudo pra dentro de mim, voltar com tudo pra dentro de um lugar que eu tentei me libertar.
Um dia eu pensei em mudar pra fora de casa, mudar por fora, me arrumei, fiz regime, mas nada adianta se você não mudar por dentro.
Resolvi mudar por dentro e mudei minha vida por um bom tempo e com isso apaziguou minha ânsia de mudança, não mais era necessário sair.
Resolvi crescer.
É muito dura essa caminhada, às vezes gostaria de voltar ao colo de minha mãe e dar a mão ao meu pai para que eles me conduzam ao caminho mais certo, algumas vezes até peço uma ajuda quando a dificuldade é muito grande, mas na maioria eu tenho que decidir sozinha.
Quando jovem tinha um pensamento, não voltava atrás quando decidia algo, era como se eu me traísse e os outros não confiasse mais em mim, com o passar do tempo fui mudando esse pensamento, eu era muito dura comigo mesma.
Só que agora quero por em prática alguns dos pensamentos que eu tinha, porque quando se é jovem se tem coragem, e com o passar dos anos vamos deixando por medo da solidão esses conceitos.
Não mais deixarei pessoa alguma me magoar.
A mudança que eu farei será a minha mudança, mudarei a mim, mas não para agradar aos outros.
Não.
Apenas para agradar a mim.




Myrian Benatti

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

MULHER NORDESTINA



Com um lenço sujo na cabeça a proteger do sol e mãos ásperas a segurar o balaio pesado, lá ía ela, magra e fraca, em direção ao rio, lavar a roupa suja. Levava consigo lembranças doloridas de sua infância de fome e as marcas pelo corpo mostravam o temperamento violento do marido. Apesar da vontade inocente, não podia fugir, pois os filhos, dez bocas choronas e famintas, também vítimas da violência paterna, contavam com o seu ninar...

Meteu os pés na água fria, refrescante. Sabão de côco passeando pela roupa, limpando e alvejando. Uma lágrima veio brincar em seu rosto queimado do sol da roça. Lágrima que corria como rio por sobre a terra sêca do sertão. Porém, aquela lágrima não era cheia, nem era alívio, era só dor e lamento.

Sonhos, já não tinha, quiçá esperança! Pra ela, esperança era ver os primeiros raios de sol anunciarem a chegada de mais um dia de labuta, de suor e de lágrimas. Contentava-se em ser uma mulher entregue a seu sofrido destino. Ela era apenas uma mulher, apenas uma mãe... Uma nordestina!


Janete Callahan
Publicado no Recanto das Letras em 30/10/2007Código do texto: T716240

Bem vindo!!!

Seja sempre bem vindo
Quando ler meus textos ou dos meus amigos, comente.Suas palavras sempre serão bem vindas.Se não souber o que falar deixe um abraço, mas não faça comentários maldosos, estes vc guarde.Entre e fique a vontade, vc faz parte da família, dos amigos

Alma Encantada

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sempre sorrindo!!!

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Quem sou eu

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Sou poesia,sou procura, sou ilusão.

quem sou eu...

Desde mocinha eu escrevia poesias, cada vez que eu terminava uma paixão, eu fazia um poema, cada tristeza, alegria,cada olhar maroto.Acho que porisso me tornei uma poetiza, pq sempre estive apaixonada.As lágrimas que eu derramava se transformavam em sementes, em letras, em textos, em poemas.Ainda hoje faço isso, qdo estou triste com alguém eu escrevo uma poesia, cada poesia minha tem uma história.É como a semente que transformou em árvore.(MyrianBenatti)