quarta-feira, 16 de setembro de 2009

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

CARTAS







Oi amigo que sempre lhe escrevo, quero lhe falar de cartas, do vento, das folhas, da vida.
Há algum tempo optei por escrever cartas aqui no recanto, é um modo de escrever diretamente a pessoas que lêem e a mim que releio o que escrevo.
Sempre que viajo deixo meus pensamentos divagarem a um lugar que nem eu mesmo sei aonde vai, mas eu penso que estou escrevendo com a pena da alma.
Há um tempo perdi minha sogra para o caminho de sua própria mente, pensei até que ela estaria com Mal de Alzheimer, porque ela não falava nada com nada, vejo que me enganei, ela tem uma demência vascular, mas não é M.A, só que ela está perdida em sua memória, não lembra mais do presente e se for perceber nem do passado, sabe até reconhecer as pessoas, mas de um modo peculiar, só dela.
Eu sinto a falta dela como sogra.
Se eu fosse escrever minha carta para ela eu perguntaria, onde a senhora se encontra hoje?
Sei que a senhora está melhor até de saúde porque parou de ter preocupação, está mais bonita, porque seu semblante está mais calmo, não briga, nem arranheta mais com ninguém, come melhor. Mas onde está a senhora hoje?
Cartas para mim foi uma maneira de dizer aos outro o que eu penso, hoje eu estava divagando que tem pessoas que coleciona bolsas, sapatos, tampinhas, selos. Em outros tempos na época que não tinha internet as pessoas mandavam cartas pelo correio com selos e tudo, eu também era assim. Lembro uma vez que eu correspondia com uma professora pelo simples prazer de escrever cartas.
Até algum tempo atrás eu tinha cartas guardadas, com envelope colorido, com pétalas, com sentimentos. Uma carta contém tudo isso. Contêm sentimentos, prazer, dor, alegria, lágrimas, final de namoro, começo, saudades, aviso de chegada e de partida. Envelopes amarelados com o tempo, cheiro perdido, mas quem tem a carta em mãos sabe que aquela carta continha tal perfume.
Agora com a chegada da internet as cartas são mais rápidas com menos sentimentos, são recados deixados em MSN, deixados sem caligrafia, sem perfume, sem pétalas, nem folhas amareladas.
Falo das cartas, de minha sogra, do passado, das folhas amareladas, do vento.
Hoje fui ao cemitério, que sensação de abandono, o vento batia no chão levando as folhas levantarem. Sabe aquela sensação que você esta num lugar abandonado quando você assiste filme antigo? Foi assim que eu me senti.
Sabe amigo, minhas cartas estão cada vez mais estranhas, mais voltadas ao sentimento de perda.
Acabei ficando triste.
Deve ser o tempo que está frio e nublado. Você sabe como este tempo me deixa triste e sozinha.
Enquanto voltava para casa eu pensava em escrever para você e lhe dizer que meu sonho era ter um baú cheio de cartas guardadas para reler sempre que tivesse triste.
Cartas são lembranças de amigos que se teve, é lembrança do passado.



Myrian Benatti

domingo, 26 de julho de 2009

25 de julho



Oi amigo faz algum tempo que não lhe escrevo, andei um pouco ausente, muitas festas.
Desde o começo do ano que estou indo de lá para cá em alguma homenagem, formatura, aniversários, casamento.
Depois que a gente faz cinqüenta anos à vida recomeça como se fosse um ciclo. Talvez eu viva mais cinqüenta. Não sei, vai depender das minhas dores, como doem os ossos, as pernas, as nunca caminhadas que fiz os nunca regimes para emagrecer e o joelho reclama, enfim tudo dobra na idade da menopausa.
Por um tempo vivi de uma ilusão como alguém que toma um trago de uma bebida forte, uma ilusão de estar renovada como se fosse uma adolescente, apaixonada por tudo ao redor, por si mesma, gostando do vermelho mais vivo do alaranjado, do arco-íris, das cores vibrantes.
Um belo dia as cores vão indo embora, você vai envelhecendo a cútis, o cabelo precisando de uma pinturinha básica, os olhos perdendo o brilho, e a ilusão da adolescente caindo no bueiro.
Será que eu escorreguei?
Será que eu me machuquei nesse tombo?
Sabe amigo todas essas indagações eu tenho quando deito em minha cama e lembro-me da vivacidade que eu tinha há algum tempo atrás.
Hoje estou mais calma, mais pensativa, mais sensata.
Estar iludida é tão bom e ao mesmo tempo tão embriagador.
Um pé que seja no chão nos tira da nossa nuvem confortável e nos trás novamente à realidade.
Como é angustiante perceber algumas vezes, que só é feliz quando está totalmente iludida com uma luz que já não existe, assim como a estrela quando avistamos no céu. Um brilho falso.
Amigo percebi que a ilusão é como a estrela: é uma luz que já morreu, por isso a avistamos.
Hoje é um dia muito especial para mim, tudo o que tem começo, tem fim.
Deixei a ilusão de ser adolescente, mas entrei de cara na idade real de ser uma cinquentona que consegue enxergar o vermelho vivo da cor de púrpura, cor do batom, do azul do céu, do verde de um lago. Nem sempre é necessário ver cores tão berrantes, enxergar o que é belo vem da alma, dos olhos que consegue tocar o que se quer.
O que importa se tenho ruga e pinto os cabelos?
Às vezes me embriago da felicidade de estar viva, não da ilusão de não ser eu.
Hoje apaixonei somente por mim mesma, readquiri minha auto-estima, deixei para trás os grilhões que me prendia.
25 de julho foi uma data apenas, não um marco em minha vida.
Hoje caro amigo consigo administrar mais a minha saudade e meus sentimentos, hoje não preciso que ninguém me diga como fazer para ser feliz.





Myrian Benatti

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Quantas vezes precisamos dizer adeus?



Quantas vezes precisamos dizer adeus?
Uma?
Todos os dias?
Mil vezes?
Até não sentirmos mais a presença?
Nunca?
Quantas vezes precisamos dizer adeus?
Meu coração parou enquanto eu pela centésima vez eu escrevia aquele adeus, meu corpo todo tremeu, sofreu pensando na possibilidade de nunca mais falar com você, de nunca mais tocar você.
Falar como você deixou minha voz embargada.
Tudo muda em mim,
Meu corpo fala no momento que estou em sua presença, tudo muda em minha volta é como se eu dançasse pra você, meus olhos sorriem, minha boca se abre à espera da sua boca, minhas mãos querem tocar o seu corpo.
Mas você foi embora.
Não é porque terminou que vou me sentir infeliz, porque você nunca me fez sentir assim, todo o dia que estive ao seu lado desde a minha voz até os movimentos do meu corpo, tudo dançou em favor de sua voz.
Ao seu lado eu fui totalmente feliz.
Fui.
Você teve necessidade de ir embora, soltou de meus braços à procura de outros braços.
Seguiu um caminho diferente, um caminho que lhe trouxe mais prazeres, mais felicidades, eu que não soube te fazer feliz.
Você teve necessidade de mais procuras, mais desejos.
Você tem mais fome.
Mas mesmo assim eu lhe desejo sucesso e felicidades,
Dizer que não sinto sua falta, que não estou triste, que seu nome não me sai da cabeça, seria mentira.
Mas mesmo assim lhe desejo que seja feliz, sem mágoas, sem dores.
Tem um pensamento que diz assim:
Uma das grandes enfermidades é não ser ninguém para ninguém (Tereza de Calcutá)
Você foi alguém pra mim.


Adeus...




Myrian Benatti

domingo, 8 de março de 2009

Onde nasce a poesia?




Faz tanto tempo que não pego no lápis pra escrever, falar de amor, de saudades, de dor.
Nem sei se posso começar a falar destes sentimentos. Sou muito repetitiva, já foi notado e criticado por pessoas próximas a mim, falo sempre do mesmo tema, minha vida gira quase em torno de sentimentos, então acabo ficando repetitiva ao escrever o que sinto.
Outro dia enquanto viajava reparei na estrada, em locais que eu passava que não é só da escrita que o poema pode surgir. Pode ser de uma fotografia, de sons, tudo ao nosso redor emana arte. Na ida fiz uma pergunta a mim mesma.
De onde nasce a poesia? De onde ela surge?
Sempre escrevi quando estava triste, melancólica, então ela vinha lá de dentro do meu ser, uma palavra mais bonita. Do meu âmago.
Quando estava viajando pela estrada do Paraná pude notar que a poesia vem dos olhos, da paz de espírito do momento em que em encontrava.
Então não são apenas os olhos que vê a beleza, é minha alma que completa a janela da contemplação.
Cada lugar que eu passava eu imaginava mentalmente uma imagem que poderia ser tirada com uma máquina fotográfica que estava guardada na mala. As cidades a qual eu passei são cidades antigas que ainda guardam muito de prédios velhos abandonados. Cada lugar tem sua história, um passado que tirado fotos dariam poemas diferentes para cada pessoa que lessem com os olhos do momento. Mas eu perdi a chance.
Perdi muito dos meus pensamentos ao longo da estrada.
Quando viajo levo sempre folhas para escrever, desta vez fui levar meus filhos pra morar na capital do estado, foi uma viagem longa e de algum modo apertado, não tinha espaço pra folhas ao vento. Embora a viagem fosse de despedidas meus olhos viam poesia para todo o canto.
Na volta com o carro vazio, mesma pessoa, mesmos olhos, mesmas estradas e agora munida de máquina e papel. Não enxerguei nada. Procurei até os prédios abandonados, nada achei, meu coração estava apertado. Não consegui ver beleza, nem a poesia, nada.
Andei tirando foto a esmo, algumas ficaram lindas, consigo imaginar estradas, passagem.
Quem sabe outra pessoa não enxergue poesia nelas.
Quem sabe eu daqui um tempo também não escreva sobre elas.
Hoje são fotos.
Tiradas da janela do meu carro vindo embora pra uma casa vazia.


Myrian Benatti
imagem tirada de Morretes - Pr

sexta-feira, 6 de março de 2009

JAMAIS PERMITA


As mulheres de origem Celta eram criadas tão livremente como os homens.

A elas era dado o direito de escolherem seus parceiros e nunca poderiam ser forçadas a uma relação que não queriam.

Eram ensinadas a trabalhar para que pudessem garantir seu sustento, bem como eram excelentes amantes, donas de casas e mães.

A primeira lição era:

“Ama teu homem e o segue, mas somente se ambos representarem um para o outro o que a Deusa Mãe ensinou: Amor, companheirismo e amizade.”

Jamais permita . . .

Jamais permita que algum homem a escravize: você nasceu livre para amar, e não para ser escrava.

Jamais permita que o seu coração sofra em nome do amor.

Amar é um ato de felicidade, por que sofrer?

Jamais permita que seus olhos derramem lágrimas por alguém que nunca fará você sorrir!

Jamais permita que o uso de seu próprio corpo seja cerceado. Saiba que o corpo é a moradia do espírito, por que mantê-lo aprisionado?

Jamais se permita ficar horas esperando por alguém que nunca virá, mesmo tendo prometido!

Jamais permita que o seu nome seja pronunciado em vão por um homem cujo nome você sequer sabe!

Jamais permita que o seu tempo seja desperdiçado com alguém que nunca terá tempo para você!

Jamais permita ouvir gritos em seus ouvidos. O Amor é o único que pode falar mais alto! Jamais permita que paixões desenfreadas transportem você de um mundo real para outro que nunca existiu!

Jamais permita que os outros sonhos se misturem aos seus, fazendo-os virar um grande pesadelo!

Jamais acredite que alguém possa voltar quando nunca esteve presente! Jamais permita que seu útero gere um filho que nunca terá um pai!

Jamais permita viver na dependência de um homem como se você tivesse nascido inválida!

Jamais se ponha linda e maravilhosa a fim de esperar por um homem que não tenha olhos para admirá-la!

Jamais permita que seus pés caminhem em direção a um homem que só vive fugindo de você!

Jamais permita que a dor, a tristeza, a solidão, o ódio, o ressentimento, o ciúme, o remorso e tudo aquilo que possa tirar o brilho dos seus olhos, a dominem, fazendo arrefecer a força que existe dentro de você!

E, sobretudo, jamais permita que você mesma perca a dignidade de ser MULHER!!!



(autoria desconhecida)

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Abraços....





Existem diferentes tipos de abraços.

Abraçar é algo confortável,
é o beijo dos corpos.
Mas o abraço do adeus são duas almas

que trocam dores,

dois olhos que trocam lágrimas

e corpos

que caminham em direção opostas

na esperança de um dia

se reencontrarem.





Myrian Benatti

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Amar...


Amar tem diferentes conotações.
Uma criança se sente amada quando o outro a protege.
Um adolescente junta esse amor de criança e também adiciona uma pitada de emoção, um coração que bate mais forte, a face que enrubesce, o primeiro beijo.
Amar é gostar primeiro de si mesma, não teria sentido se você se esquecesse da parte mais importante que é você.
O adulto que sabe se valorizar tem que reaprender a amar.
Amar não é só doar, isso é só para os que são românticos os que são altruístas, amar é querer ser também amado.
Acho linda essa frase “Ama o próximo mais do que a ti mesmo”, e no amor carnal ela cabe bem, as pessoas acabam amando mais o outro do que a si mesma.
E sofre, e choram.
E escrevem poemas, cartas de amor, textos sem fim.
Também que seria da vida sem o amor romântico.
Li outro dia que amar é sentir a ausência de alguém, é ver na saudade uma prova de amor. Não concordo com isso.
Dependendo o porquê da ausência e o porquê da saudade. Mas do jeito que foi colocado como uma espécie de teste eu acho que seja uma falta de amor próprio.
Eu sinto saudades de minha filha porque ela esta longe de mim, sinto saudades dos amigos porque por algum motivo tiveram que se ausentar da minha presença, mas quando o foram, foram com a minha bênção e abraços.
Amar é mais que uma palavra, é um sentimento vindo de dentro.
Não pode ser dito a esmo.
A palavra tem força e o vento leva para todos os lugares.


Myrian Benatti

sábado, 17 de janeiro de 2009

Bruxas...Bruxas somos nós


Na idade média quando uma mulher era inteligente e conseguia descobrir segredos apenas com a intuição, com perseverança a tática da esperteza ela era chamada de bruxas, elas faziam um chá e as pessoas a sua volta acreditavam na poção mágica. Quando dava certo ela era poderosa, mas quando dava errado ela era queimada na fogueira.

Muito tempo se passou, estamos na era da informática. Hoje mudou um pouco, somos bruxas da era da cibernética, da era do computador, da internet. Somos uma bruxa diferente. Se a mulher faz mais de um MSN ou um Orkut ou se ela coloca um pseudônimo ela não é uma artista, ela é um Fake, ela é um possível Hacker, será que não pode ser apenas uma mulher que sabe usar os dedos pra outra coisa como, por exemplo, um teclado no PC?
Somos mulheres que queremos ter o privilégio de sermos anônimas.
Fernando Pessoa era um Fake quando usou o nome de Alberto Caeiro?
Outros artistas e cantores são Fakes?
O que é um Hacker? Quem acha que alguém que gosta de escrever poesias e colocar imagens é um Hacker tem o cérebro muito pequeno, um Hacker não se apaixona, nem fica amigo de alguém, ele simplesmente mata, como na idade média eles matavam as bruxas e hoje matam os arquivos de uma máquina, mas também matam o cérebro das bruxas?
Somos apenas seres que queremos um anonimato, não queremos fazer mal algum apenas andar mascarados no carnaval da vida.



Myrian Benatti


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resposta dada no meu recanto por uma escritora de lá:



Bruxas somos nós, amantes, mulheres, mães... A força da mulher não é bruxaria, é garra... Vitórias não são resultado de magia, mas, de muita luta... Existem fakes e fakes, talvez bruxas por trás de alguns, mas, cada um que cuide do seu fake... as pessoas não dão conta da própria vida e querem cuidar do fake dos outros... Cada pessoa sabe onde sente a dor, o que incomoda, quem ou o que quer proteger e isso não é da conta de ninguém... Sou bruxa, mas não porque faço bruxaria, sou bruxa de alma de coração, não a bruxa da branca de neve, isso é bruxa de ficção. Quem é bruxa sabe o que falo e os mal informados... bem, talvez esses nem tenham cura...


Drica de Assis.




a imagem é da pagina da Drica do recanto

Bem vindo!!!

Seja sempre bem vindo
Quando ler meus textos ou dos meus amigos, comente.Suas palavras sempre serão bem vindas.Se não souber o que falar deixe um abraço, mas não faça comentários maldosos, estes vc guarde.Entre e fique a vontade, vc faz parte da família, dos amigos

Alma Encantada

Alma Encantada
sempre sorrindo!!!

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Quem sou eu

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Sou poesia,sou procura, sou ilusão.

quem sou eu...

Desde mocinha eu escrevia poesias, cada vez que eu terminava uma paixão, eu fazia um poema, cada tristeza, alegria,cada olhar maroto.Acho que porisso me tornei uma poetiza, pq sempre estive apaixonada.As lágrimas que eu derramava se transformavam em sementes, em letras, em textos, em poemas.Ainda hoje faço isso, qdo estou triste com alguém eu escrevo uma poesia, cada poesia minha tem uma história.É como a semente que transformou em árvore.(MyrianBenatti)