terça-feira, 29 de maio de 2007

Monólogo


Como poderei escrever sobre solidão sem cair na mesmice de sempre?

O que é solidão?

Ausência de pessoas?

Não.

Ausência de si mesma?

Isso sim, pode ser.

Ainda bem que não sou escritora, senão não sobreviveria das vendas de livros,

sou movida a paixões, escrevo apenas quando estou apaixonada,

não somente por pessoas, mas pela paixão da vida.

Agora reclusa nessa solidão não consigo expressar nada,

só uma dor existencial.

Recuso-me a levantar de onde me encontro,

minhas vestes assemelha-se a um ser esfarrapado,

perdido,

de chinelo desengonçado.

Meu grito mudo ecoa-se para dentro.

Fecho os olhos e me coloco em posição fetal.

Lágrimas escorrem pela minha face.



Myrian Benatti

segunda-feira, 28 de maio de 2007

Canção da mulher


Canção da mulher
Lya Luft

Que o outro saiba quando estou com medo, e me tome nos braços sem fazer perguntas demais.

Que o outro note quando preciso de silêncio e não vá embora batendo a porta, mas entenda que não o amarei menos porque estou quieta.

Que o outro aceite que me preocupo com ele e não se irrite com minha solicitude, e se ela for excessiva saiba me dizer isso com delicadeza ou bom humor.

Que o outro perceba minha fragilidade e não ria de mim, nem se aproveite disso.
Que se eu faço uma bobagem o outro goste um pouco mais de mim, porque também preciso poder fazer tolices tantas vezes

Que se estou apenas cansada o outro não pense logo que estou nervosa, ou doente, ou agressiva, nem diga que reclamo demais.
Que o outro sinta quanto me dói a idéia da perda, e ouse ficar comigo um pouco — em lugar de voltar logo à sua vida, não porque lá está a sua verdade mas talvez seu medo ou sua culpa.

Que se começo a chorar sem motivo depois de um dia daqueles, o outro não desconfie logo que é culpa dele, ou que não o amo mais.
Que se estou numa fase ruim o outro seja meu cúmplice, mas sem fazer alarde nem dizendo "Olha que estou tendo muita paciência com você!"
Que se me entusiasmo por alguma coisa o outro não a diminua, nem me chame de ingênua, nem queira fechar essa porta necessária que se abre para mim, por mais tola que lhe pareça.
Que quando sem querer eu digo uma coisa bem inadequada diante de mais pessoas, o outro não me exponha nem me ridicularize.
Que quando levanto de madrugada e ando pela casa, o outro não venha logo atrás de mim reclamando: "Mas que chateação essa sua mania, volta pra cama!"
Que se eu peço um segundo drinque no restaurante o outro não comente logo: "Pôxa, mais um?"
Que se eu eventualmente perco a paciência, perco a graça e perco a compostura, o outro ainda assim me ache linda e me admire.
Que o outro — filho, amigo, amante, marido — não me considere sempre disponível, sempre necessariamente compreensiva, mas me aceite quando não estou podendo ser nada disso.
Que, finalmente, o outro entenda que mesmo se às vezes me esforço, não sou, nem devo ser, a mulher-maravilha, mas apenas uma pessoa: vulnerável e forte, incapaz e gloriosa, assustada e audaciosa — uma mulher.

ESTRÉIA



***Estréia!***

Rosa Pena


Começo hoje uma nova etapa de vida.

Vou esquecer as impossibilidades e cuidar das realidades.

Não mais buscarei a pele lisa que tinha há vinte anos atrás.

Meu corpo "curvilíneo", é como sempre foi,acrescido de celulites da vida, da minha jornada.

Não ficarei pensando e passeando de mãos bobas pelo passado, idealizando o que deveria ter feito, achando que minha existência foi miserável.

Não perdi meus sonhos, apenas recuperei minha auto-estima.

Se me querem como eu sou , bacana!

Senão, fazer o que!

Não existe terceira idade, acho que existe terceiro momento de vida.

O primeiro é a descoberta, o segundo é a busca do sucesso ,da aceitação, o terceiro, esse bendito terceiro, é para viver,é apenas pra ser.

Administrar a solidão sem ficar imaginando os porquês.

Não quero ter "um chinelo velho para um pé doente",pois não tenho nada no pé,talvez apenas chulé.

E se "correr o bicho pega e se ficar o bicho come".

Pega e come , se eu quiser.

Sexta-feira é uma droga,vou parar de fingir que fim de semana é o máximo.

Digressiono,digressiono.

Acabo com as teses,viverei com as possibilidades.

Serei imediatista no que realmente quero e darei tchau ao que não posso ter ou ser.

Nunca serei capa de cd.

E para quem me ama,dou meu muitoprazer.



Rosa Pena.06/12/2002 / livro: Com licença da palavra.
http://www.rosapena.recantodasletras.com.br/

Sonhando sempre


Em cada caminho que percorro
Ponho um sonho em minha vida
Cada sonho podado
Uma dor desiludida
Cada desilusão que vem
Um oceano de tristeza acompanha
E assim se afoga os sonhos
Nas profundezas da desesperança
Sair dos sagarços é preciso
Mesmo sem um salva-vidas
Sempre há uma saída!
Contrária à direção do vento
Vou remando em busca de novos sonhos
Acreditando em novos momentos
E na esperança que sempre renasce
À medida que cada primavera passa
Mas sou apenas um poeta
Que na poesia afaga as suas mágoas
Buscando a essência da vida
Sempre alegre
Sempre sonhando....


ILZA BEZERRA

sábado, 26 de maio de 2007

sexta-feira, 25 de maio de 2007

Na meia idade


Na meia idade
Maria Cristina Manfro

Recebi um e-mail fabuloso, mas infelizmente não consta autoria.

O e-mail fala de um homem que, completando 25 anos de casado, comenta com sua mulher que quando eles casaram tinham um fusquinha caindo aos pedaços, moravam num apartamento menor que uma caixa de fósforos e que tinham uma TV preto e branco de 14 polegadas.

Mas que ele dormia com uma gostosa. Agora eles tinham uma mansão, uma TV de plasma de 50 polegadas e um Mercedes zero-quilômetro. Ele então olha para a mulher e diz: “parece que você foi a única que não evoluiu, ou melhor, parece que não está evoluindo.” A mulher então, com uma sensatez própria da idade, responde a ele que não havia problema.
Ele que procurasse uma gostosa de 25 anos, mas que o queira de verdade. Ela se encarregaria, com muito prazer, de fazer com que ele voltasse a dormir num sofá-cama, morar num micro apartamento e dirigir um fusca velho.

Bem, então o marido vira para o lado e volta a dormir com o término imediato de sua pequena crise de meia idade.
Estamos tão voltados para o consumo que as verdadeiras conquistas nem são celebradas. A conquista do companheirismo, das vitórias nas várias fases da vida, as metas alcançadas com nossos filhos, o bom trabalho de parceria realizado juntos.
Somamos as aquisições, porém sem nos darmos conta que elas fazem parte da parceria realizada juntos. Acabamos dedicando muito tempo para a aquisição de coisas e muito pouco para a curtição dessas mesmas coisas. E menos ainda para a curtição das pessoas que estão a nossa volta. Preocupamos-nos com a estética das coisas, com a limpeza, com o consumo de novos aparelhos domésticos, em termos o carro do ano, o último modelo de celular, em resumo, para termos tudo em ordem. Mas a cada dia sentimos mais saudades do início de nossa vida como casal. Com certeza não é porque a mulher era gostosa e tão pouco porque o marido era bonitão e gostosão.
Sentimos falta das sensações que tínhamos a cada conquista. Sentimos falta do namoro, dos jantares românticos, de contar histórias um para o outro. Falta das oportunidades para dormirmos abraçados, sentindo a presença do outro. Falta de elogios e falta que reparem em nós, que percebam o quanto nos dedicamos. Falta de capricho e de cuidado. Falta de sexo romântico, curtido e que dure uma hora... Só nas preliminares. Falta do olho no olho, do beijo na boca e das juras de amor. Sentimos falta de começar e por isso muitas vezes pensamos em terminar. Terminar para começar.
Começar é todo o dia. Não com outra pessoa. Mas com a mesma pessoa. Não precisamos ter perdas para começar. Pelo contrário. Até por uma questão de economia (e disso os homens entendem muito bem) é melhor começar com a mesma pessoa todo o dia. Detalhe. Se formos observar melhor os elementos citados no parágrafo acima teremos certeza que no quesito involução os homens ganham longe.

E no quesito evolução as mulheres dão show de bola. As estatísticas comprovam, para a infelicidade masculina, que é das mulheres o maior número de pedidos de divórcios na atualidade. Portanto, se a sua mulher sensata de meia idade ainda não pediu o divórcio considere-se um felizardo e valorize esta mulher porque ela está em extinção.

A entrevista: Quem é vc?


- Oi quem é vc?

-eu?

-sim vc.

-o que quer saber?

- sei lá, mas me diz quem é vc?

- meu nome?

- pode ser pra começar.

- bom meu nome é José das Quantas.

- ta, mas ainda não me disse quem é vc.

- o cara como vc é chato,

...eu tenho 30 anos, sou de peixes,

...que mais quer saber,

- quem é vc.

-mas já disse,

...tu quer saber meu tamanho

...a cor dos meus olhos e cabelo?

- não, isso eu estou vendo.

Eu quero saber dentro de vc, quem é vc.

- ah, quem sou eu?

-é quem é vc.

- quem eu sou?

- é isso mesmo.

- sei lá quem eu sou

....já disse meu nome, peso é isso?

- não.

-cara como vc é chato.

E vc quem é?

- eu que estou perguntando.

- ta, mas agora eu quero saber quem é vc

....está vendo como é difícil responder?

- não é difícil

....vou responder

....quem eu sou.

- é quem é vc.

-eu?-é

...para de me embromar.

-sou o cara que esta te entrevistando.

]-ahahahahhhhh

...tá vendo como é difícil falar de si mesmo?

-mas hoje não é a minha vez, é a sua.

-eu não sei quem eu sou, e vc sabe?

...já disse , sou o entrevistador.

- não, eu digo lá dentro

...vc tb não sabe quem vc é.

- sei, mas hoje não é a minha vez

...vamos acabar a entrevista.


Myrian Benatti

quarta-feira, 23 de maio de 2007

Contraditória


Sou contraditória dentro das palavras

mortas, vazias,

da lágrima do culpado

da benção do inocente.

Dentro do meu castelo

sou o fantasma que teve medo.

Medo da morte.

Arrasto as correntes

tento escapar das masmorras

das janelas com grades.

Meu corpo estremece em convulsões,

minha alma parte em busca das paixões

perdidas.

Do outro lado da lágrima

está a mão estendida

mas inalcançável.

Quantos infernos terei que suportar

nesta invisibilidade psíquica?




Myrian Benatti

Adormeci



Adormeci...

Por um longo tempo, demais eu diria.
Não que dormir não seja bom, é ótimo.
Algumas horas, não meses e nem anos.

Mas eu adormeci demais.
Quando acordei o mundo tinha girado de pernas pro ar.

Já não era a mesma coisa, não se arrumavam mais empregos se não tivesse um monte de qualificações, pós-doutorados, mestrados, phd, apadrinhamento... Nem sei o que dizer de tantos nomes.
Apenas que a fila era grande demais.

Às vezes me pego parada olhando um ponto ao nada,
Com postura errada, errada no corpo e no pensamento.
Experiências?
Um monte.
Mas de vida, de estradas.
Mas isto não consta e nem conta no currículo.
Deveria ter uma pergunta que fosse também importante ao se arrumar emprego.
Viveu?
Chorou?
Andou?
Suspirou?
Sofreu?
Amou?
Sorriu?

Diria os mais velhos:
- você perdeu o bonde.
No que eu responderia:
- eu estava olhando a vida, sendo mãe, conversando com as pessoas, mas mesmo assim tendo experiência.
A experiência da troca.

Myrian Benatti

Espelho...


Espelho que reflete minha imagem

O que você vê?

Um espectro?

Agachado,

Rastejando pelo amor de alguém.

Espelho, espelho meu.

Responde o que você vê?

Eram fogos de montura seus sentimentos?

Você assim, posto de lado.

Admirando a si mesmo,

Sem o amor de ninguém.

Diz espelho meu

O que você vê?



Myrian Benatti

terça-feira, 22 de maio de 2007

ESTATUTO DE POETA


ESTATUTO DE POETA

Primeiro Rascunho Para um Esboço de Projeto Amplo, Total e Irrestrito

Silas Corrêa Leite
Artigo Um

Todo Poeta tem direito de ser feliz para sempre, mesmo além do para sempre ou quando eventualmente o “para sempre” tenha algum fim.
Artigo Dois
Todo Poeta poderá dividir sua loucura, paixão e sensibilidade com mil amores, pois a todos amará com o mesmo prelúdio nos olhos, algumas asas nas algibeiras e muitas cítaras encantadas na alma, ainda assim, sem lenço e sem documento.
Parágrafo Único
Nenhum Poeta poderá ser traído, a não ser para que a ex-Musa seja infeliz para todo o resto dos dias que lhe caibam na tábua de carne desse Planeta Água.
Artigo Três
Nenhum Poeta padecerá de fome, de tristeza ou de solidão, até porque a tristeza é a identidade do Poeta, a solidão a sua Pátria, sendo que, a fome pode muito bem ser substituída por rifle ou cianureto. E depois, um poeta não precisa de solidão para ser sozinho. É sozinho de si mesmo, pela própria natureza, com seus encantários, mundo-sombra e baladas de incêndio.
Artigo Quatro
A Mãe do Poeta será o magno santuário terreal de seus dias de lutas e sonhos contra moinhos e erranças de gracezas e iluminuras.
Filho de Poeta será como caule ao vento, cálice de liturgia, enchente em rio: deverá adaptar-se ao Pai chamado de louco por falta de lucidez de comuns mortais ou velado elogio em inveja espúria.
Artigo Quinto
Nenhum Poeta será maior que seu país, mas nenhuma fronteira ou divisa haverá para o Poeta, pois sua bandeira será a justiça social, pão, vinho, maná, leite e mel, além de pétalas e salmos aos que passaram em brancas nuvens pela vida. E depois, uns são, uns não, uns vão, uns hão, uns grão, uns drão – e ainda existem outros.
Artigo Sexto
A todo Poeta será dado pão, cerveja, amante e paixão impossível, o que naturalmente o sustentará mental e fisiológicamente em tempos tenebrosos ou de vacas magras, de muito ouro e pouco pão.
Artigo Sétimo
Nenhum Poeta será preso, pois sempre existirá, se defenderá e escreverá em legítima defesa da honra da Legião Estrangeira do Abandono, à qual sabe pertencer, com seu butim de acontecências, ou seu não-lugar de, criando, ser, estar, permanecer, feito uma letargia, um onirismo.
Artigo Oitavo
A infinital solidão do espaço sempre atrairá os Poetas.

Artigo Nono

Caso o Poeta viaje fora do combinado, tome licor de ausência ou vá morar no sol, nunca será pranteado o suficiente, nem lhe colocarão tulipas de néon, dálias aurorais, estrelícias de leite ou dente-de-leão sob o corpo que combateu o bom combate. Será servido às carpideiras, amigos, parentes, anjonautas e guardiões, vinho de boa safra por atacado, mais bolinhos de arroz, pão de minuto e cuque de fubá salgado.


Artigo Décimo

Poeta não precisará mais do que o radar de seus olhos, as suas mãos de artesão sensorial no traquejo do cinzel interior, criativo, sua aura abençoada e seu halo com tintas de luz para despojar polimentos íntimos em verso e prosa, como pertencimentos, questionários e renúncias.

Artigo Décimo-Primeiro

Poeta poderá andar vestido como quiser, lutar contra as misérias e mentiras do cotidiano (riquezas impunes, lucros injustos), sempre buscando pela paz social, ou ainda mamando na utopia de uma justiça plural-comunitária. Quem gosta de revolução de boteco é janota boçal metido a erudição alcoólica e pseudo-intelectual seboso e burguês. Poeta gosta mesmo de humanismo de resultados. De pegar no breu. A luta continua!


Artigo Décimo-Segundo

Poeta pode ser Professor, Torneiro-Mecânico, Operário, Jardineiro, Fabricante de Bonecas, Vigia-Noturno, Engolidor de Fogo, Entregador de Raposas, Dono de Bar ou Encantador de Freiras Indecisas. Poeta só não poderá ser passional, insensível, frio ou interesseiro. Ao poeta cabe apenas o favo de Criar. O poeta escreve torto por linhas tortas (um gauche), poesilhas (poesia rueira e descalça) e ficção-angústia. Escreve (despoja-se) para não ficar louco...para livrar do que sente. O Poeta, afinal, é um “Sentidor”

Artigo Décimo-Terceiro

Se algum Poeta for acusado levianamente de alguma eventual infração ou crime, a dúvida o livrará. E se o Poeta dizer-se inocente isso superará palavras acima de todos e sua fala será sentença e lei. A ótica do Poeta está acima de qualquer suspeita, e ele sempre é de per-si mesmo o local do crime da viagem de existir. Mas pode colaborar com as autoridades, cometendo um crime perfeito. Afinal, só os imbecis são felizes.



Parágrafo Único

Poeta não erra. Refaz percursos. Poeta não mente. Inventa o inexistente, traduz o impossível, delata o devir. Poeta não morre. Estréia no céu.

Artigo Décimo-Quarto

Aos Poetas serão abertas todas as portas, até as invisíveis aos olhos vesgos e comuns dos mortais anônimos, serão abertos todos os olhos, todas as almas, todos os caminhos, todas as chamas, todos os cântaros de lágrimas e desejos, todos os segredos dessa dimensão ou fora dela, num desespelho de matizes.


Artigo Décimo-Quinto

A primeira flor da primeira aurora de cada dia novo, será declarada de propriedade do Poeta da rua, do bairro, do país ou de qualquer próximo Poeta a confeitar como louco, como ermitão ou pioneiro, de vanguarda. Em caso de naufrágio ou incêndio, poetas e grávidas primeiro

Artigo Décimo-Sexto
Não existe Poeta moderno, clássico, quadrado, matemático como pelotão de isolamento, ou só aleijado por dentro, pois as flores e os rios não nascem nunca iguais aos outros, sósias, nem os poemas são tijolos formais. Nenhum Poeta poderá produzir só por estética, rima ou lucro fóssil. Poesia não é para ser vendida, mas para ser dada de graça. Um troco, um soneto, uma gorjeta, um haikai, um fiado pago, uns versos brancos, um salário do pecado, um mantra-banzo-blues. E todo alumbramento é uma meia viagem pra Pasárgada.

Poeta é tudo a mesma coisa, com maior ou menor grau de sofrimento e lições de sabedoria dessas sofrências, portanto, com carga maior ou menor de visão, lucidez, sensoriedade canalizada entre o emocional e o racional, de acordo com a sua bagagem, seu vivenciar, seu prisma existencialista de bon vivant. Poeta há entre os que pensam e os que pensam que pensam. Entre os que são e os que pensam que são. A todos é dado a estrada de tijolos amarelos para a empreita de uma caminhada que o madurará paulatinamente. Ou não. Todo poeta é aprendiz de si mesmo, em busca de uma pegada íntima, e escreve para oxigenar a alma. Afinal, são todos sementes, e sabem que precisam ser flores e frutos, para recriarem, para sempre, a eterna primavera.

Todo aquele que se disser Poeta, assim o será, ou assim haverá de ser

Parágrafo Um

O verdadeiro Poeta não acredita em Arte que não seja Libertação. Saravá, Manuel Bandeira!

Parágrafo Dois

Poeta bebe porque é líquido. Se fosse sólido comia.

Parágrafo Três

Poeta é como a cana. Mesmo cortado, ralado, amassado, ao ser posto na moenda dos dias, ainda assim tem que dar açúcar-poesia

Inciso Um

Poeta também bebe para tornar as pessoas mais interessantes.

Parágrafo quatro

Poeta não viaja. Poeta bebe. E todo Poeta sabe, que o fígado faz mal à bebida.





Artigo Décimo-Sétimo

Poeta terá que ser rueiro como pétala de cristal sacro, frequentador de barzinhos como anjo notívago, freguês de saunas mistas como recolhedor de essências, plantador de trigais amarelos como iluminador de cenários, cevador de canteiros entre casebres de bosquíanos, entre o arado e a estrela, um arauto pós-moderno como declamador de salmos contemporâneos entre extraterrestres.

Parágrafo Único


Poeta rico deverá ainda mais amar o próximo como se a si mesmo, ajudando os fracos e oprimidos, os Sem Terra, Sem Teto, Sem Amor, para então se restar bem-aventurado e poder escrever cânticos sobre a condição humana no livro da vida. Poeta é antena da época. E o neoholocausto do liberalismo globalizador é o câncer que ergue e destrói coisas belas.

Artigo Décimo-Oitavo

A todo Poeta andarilho e peregrino como Cristo, São Francisco ou Gandhi, será dado seu quinhão de afeto, sua porção de Lar, seu travesseiro de pétalas de luz. Quem negar candeia, azeite e abrigo ao Poeta, nunca terá paz por séculos de gerações seguintes abandonadas entre o abismo e a ponte para a Terra do Nunca. Quem abrigar um Poeta, ganhará mais um anjo-da-guarda no coração do clã que então será abençoado até os fins dos tempos.

Parágrafo único
O sábio discute sabedoria com um outro sábio. Com um humilde o sábio aprende.

Artigo Décimo-Nono

Poeta poderá andar vestido como quiser, com chapéus de nuvens, pés de estrelas binárias ou mantras de ninhos de borboletas. Nenhum Poeta será criticado por fazer-se de louco pois os loucos herdarão a terra e são enviados dos deuses. “Deus deve amar os loucos/Criou-os tão poucos...” - Um Poeta poderá também andar nu, pois assim viemos e assim nos moldamos ao barro-olaria de nosso eio-Éden chamado Planeta Água. E a estética para o poeta não significa muito, somente o conteúdo é essência infinital.

Artigo Vigésimo

Poeta gosta de luxo também, mas deve lutar por uma paz social, sabendo a real grandeza bela de ser simples como vôo de pássaro, simples como pouso em hangar fantástico, simples como beira de rio ou vão de cerca de tabuínha verde. Só há pureza no simples.

Artigo Vigésimo-Primeiro

Nenhum Poeta, em tempo algum, por qualquer motivo deverá ser convocado para qualquer batalha, luta ou guerra. Mas poderá fazer revoluções sem violência. Poderá também ser solicitado para ser arauto da paz, enfermeiro de varizes da alma ou envernizador de cicatrizes no coração, oferecendo, confidente, um ombro amigo, um abraço de ternura, um adeus escondido feito recolhedor de aprendizados ou visitador de bençãos, ou ser circunstancialmente um rascunhador clandestino de alguma ridícula carta de suicida.


Artigo Vigésimo-Segundo

Mentira para o Poeta significa cruz certa. Aliás, poeta na verdade nunca mente, só inventa verdades tecnicamente inteiras e filosoficamente sistêmicas...

Artigo Vigésimo-Terceiro

Musa-Vítima do Poeta será enfermeira, psicóloga, amante, mulher-bandeira, berço esplêndido, Santa. Terá que ser acima de todas as convenções formais, pau para toda obra. No amor e na dor, na alegria e na tristeza, até num possível pacto de morte.

Artigo Vigésimo-Quarto

Poeta não paga pensão alimentícia. Ou se está com ele ou contra ele. Filha e sobrevivente de uma relação qualquer, ficarão sob sua guarda direta e imediata. Ex-Mulheres serão para sempre águas passadas que não movem moinhos, como velas ao vento de uma Nau Catarineta qualquer, como exercícios de abstrações entre cismas, ou como aprendizados de dezelos íntimos de quem procura calma para se coçar.


Artigo Vigésimo-Quinto

Revogam-se todas as disposições em contrário

CUMPRA-SE - DIVULGUE-SE

Brasil, Cinzas, 1998, Lua Cheia – Do jazz nasce a luz!

Poeta Silas Corrêa Leite, Educador e Jornalista – Membro da UBE-União Brasileira de Escritores

(Texto traduzido para o espanhol pela Poeta Dr. Antonio Everardo Glez, de Durango, México) - Breve tradução para o inglês, francês e italiano.

Quem sou eu


Quem sou eu?
Que me importa quem sou eu,
Esta raiva incontida que bate em meu peito
Quando me perguntam quem sou eu
Nem mesmo sei o que eu sou
Quem eu sou?
Preciso respirar,
Se houvesse palavras que expressasse sentimentos
Poderia decifrar o meu rosto?
Posso suspirar, posso respirar.
Posso chorar,
Quem sou eu?
Um poeta indecifrável,
Um poema inacabado.


Myrian Benatti

Topazio


Quando criança adorava mexer no lixo, onde eu morava era rua de chão, sem asfalto, lá pelos anos de 1967, no fundo da cidade tinha um buracão, onde o pessoal jogava o lixo.
Quando ia à casa da minha tia tinha que passar por lá, íamos a pé, era um passo, a cidade era pequena e minha tia morava em uma chácara.
Naquele tempo a avon tinha um perfume que a tampa era laranja, creio que o perfume era topázio, e eu adorava achar essa tampa escondida quando andava na rua. Era como se procurássemos um tesouro enterrado e só eu na minha inocência e imaginação o achasse. Que valor inestimável era aquela tampa transformada em pedra preciosa, pois em minha imaginação tinha contos de fada. Eu viajava, entrava em mundos imaginários onde tudo era ao meu contento.
No fundo de minha casa tinha um pomar, onde também, claro era jogado essas tampinhas, papéis, objetos que não tinham mais valor e de certa forma era o meu esconderijo, eu e minhas irmãs brincávamos lá de todas as brincadeiras de infância.
Um dia fizemos enterro de borboleta, guardávamos caixinha de fósforo e matávamos as borboletas e colocávamos lá dentro e fazíamos o tal do enterro. Era tão divertido e inocente, rezávamos, enterrávamos e colocávamos até a lapide, um enterro perfeito, sem esquecer nada.
Pobres galinhas e pintinhos adoravam correr atrás e pegá-las pelos pés, meu avô dizia que só se casaria quando a galinha criasse dente, ou fizesse xixi, ahahhah, imagine as pobres coitadas como era observada, dia após dia, será que hoje ela tinha dente? E o xixi? Onde ela fazia? Elas não tinham paz. Coitadas.
Com o tempo passa tudo, mas algumas manias sempre permanecem como grudada na personalidade da pessoa. Os lixos de uma forma ou de outra, fizeram parte da minha vida pra sempre. Tenho dificuldade de separar lixos bons de lixo ruim, isso em todos os sentidos.
Na minha casa quanto mais eu limpo os armários mais papéis e objetos entram, guardo pedaços de fita, pedaços de papéis, pedaços de lembranças como se um dia fosse voltar e tivesse que estar aí como prova de minha espera.
Nas amizades também tenho dificuldade de separar o bom do ruim, deixo pessoas lixo entrarem na minha vida, povoar e egoisticamente me fazer mal.
Não sei jogar fora.
Hoje já não acho mais topázio na rua, mas ainda ando olhando pro chão na esperança de achar um tesouro.


Myrian Benatti

Voce...




Tira o roupão;

Deixa ver teu corpo;

deixa ver a cicatriz da virilha;

Deixa que alguém passe pelos músculos da razão;

Deixa que explorem teu corpo vivo;

Deixa que te façam tudo e que dele brote a canção ou hino ou a ópera ou mesmo o tango.

Deixa que te toquem que te vejam

Deixa que te xinguem, e que desse monólogo presente surjam juízos.

Deixa que te olhem, mostra tudo, sem ambigüidade.

Deixa que tudo seja descoberto.

Deixa que te chamem,

Deixa que te abandonem....

Ouve sempre

Não acates por ti só, nunca!

Vinga sempre.

Olha pra tudo,

Vê tudo

Põe a roupa sob o corpo vivo e limpo.-

Sente a emoção da cicatriz saliente.

- Cura-a!

Raciocina sobre os músculos e os instintos.

Canta a canção tua.

Mostra a parte doída.

Responde tudo

Abandona a carapaça.

Veste o que te dão.

Rasga o que te incomoda.

Fura o que te esconde.

Escandaliza a tua vergonha

Pisa a tua moral.

Desmoraliza tua verdade.

Chora da alegria,

Não importa a reação.

Pisa na tristeza,

Faz dela catalisador para o conhecimento.

Ama

Beija.

Morde.

Myrian Benatti



Obs:Este poema foi um resgate de um tempo há mais de 30 anos.Estava guardado não no meu caderno de poemas, mas no da minha amiga Cynthia e no encontro feito este ano ela me devolveu.Quando menina eu escrevia e presenteava poema aos amigos, devo ter muitos perdidos por aí, perdidos não ...guardados.

Leitura

Estou lendo esse livro e percebo que ele é muito intenso, portanto fiz uma pesquisa.
Gostaria se alguem comentasse a respeito seria de grande ajuda.

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Mulheres que correm com os lobos:

O meu encontro com esse livro se deu por volta do ano de 1997, quando ministrava a oficina sobre universo feminino pelo Leia Brasil, programa de leitura da Petrobrás.
De imdiato, a minha sensação foi de impossibilidade total para digerir numa única leitura, todas as questões suscitadas pelo mesmo. Afinal, Clarissa Pinkola Estés, autora do mesmo, traça um perfil da mulher que corre paralelo à tradição oral e isso de cara, já dá “pano pra manga”. São milhares de anos de uma história de submissão e descobertas.
No entanto, pensava ser um livro que se lesse e que se indicasse aqui e acolá para mulheres que querem se ver e se rever nos contos copilados e recontados por Clarissa.
Qual não foi a minha surpresa ao descobrir que por aqui, entre palmeiras e abacaxis, um grupo autodenominado as lobas lança mão do livro para falar de si e resgatar a essência da mulher!
Tudo isso, claro, tem uma facilitadora (tão loba quanto as demais) chamada Maria Inez do Espírito Santo, psicanalista e educadora que, seguindo a trilha da autora de Mulheres que correm os lobos, oferece um espelho para as mulheres a partir dos contos que compõem a obra.
É com ela nosso papo de hoje!!!
Maria Inês, o que são as lobas?
A gente brinca de chamar de “lobas” as participantes do Grupo de Estudos sobre o livro “Mulheres que correm com os lobos”.
Como acontecem os encontros?
São atualmente dois grupos no Rio e um em Friburgo. No Rio, um grupo se reúne às terças-feiras e outras às quintas-feiras, sempre às 20:30 (Praia do Flamengo, 66 B, sala 1208) Aqui, durante 1h30m fazemos a leitura do texto e comentamos os pontos que cada participante ressalta como importante. É apenas isso: uma leitura compartilhada, com o enriquecimento da reflexão em conjunto. Em Friburgo, os encontros têm acontecido uma vez por mês, sob forma de oficina. Aí uma história é narrada e temos cerca de 5h para ressaltar os pontos principais da interpretação e para a troca entre as participantes, de acordo com suas experiências pessoais. É importante ressaltar que não é um encontro só para mulheres. Os homens podem e devem participar, se tiverem interesse, porque se trata de um trabalho sobre o feminino e não sobre a mulher.
Como V. tem sentido que esses encontros se refletem na vida das participantes?
Temos, todas, crescido muito. Embora não se trate de um grupo de terapia, esse trabalho tem sido um espaço muito construtivo e eu ousaria dizer terapêutico, no sentido de gerador de dinamismo psíquico e facilitador de elaborações necessárias.
Quais são as questões que mais surgem nos encontros?
Todas as questões ligadas ao auto-conhecimento, à auto-estima, à valorização da singularidade de cada sujeito, ao respeito às diferenças individuais e em consequência disso às questões dos relacionamentos humanos.
Em sua opinião, como está a mulher hoje?
Cada vez mais próxima de se tornar consciente de sua função de reestruturadora da sociedade, na medida em que é quem gera, dá continente e suporte a outros seres humanos, no período de sua iniciação nesse mundo. Enfim, mulheres criam os homens e mulheres de amanhã.
Algumas dicas de loba pra loba.
Deixa eu pedir emprestado à Clarice Lispector – uma loba inesquecível, uma fala sua num trecho de uma carta que ela escreveu para a irmã em 1947. Dizia ela: “...o que eu queria dizer é que a gente é muito preciosa, e que é somente até certo ponto que a gente pode desistir de si própria e se dar aos outros e às circunstâncias. Depois que uma pessoa perder o respeito a si mesma e o respeito às próprias necessidades – depois disso fica-se um pouco um trapo.”
Faço meu também esse fechamento que, com tenacidade de loba, Maria Inez nos presenteou.

www.contadoresdehistorias.pro.br/Maria%20Inez.htm sandraregina.multiply.com/reviews/item/63

segunda-feira, 21 de maio de 2007

Mulheres que correm com os lobos




Cantando sobre os ossos

Extraído do belíssino livro de Clarissa Pinkola Estés, Mulheres que correm com os lobos.
A fauna silvestre e a mulher selvagem são espécies em risco de extinção.

Observamos,ao longo dos séculos,a pilhagem,a redução de espaço e o esmagamento da natureza instintiva feminina.Durante longos períodos ela foi mal gerida,à semelhança da fauna silvestre e das florestas virgens.Há alguns milênios,sempre que lhe viramos as costas,ela é relegada às regiões mais pobres da psique.As terras espirituais da Mulher Selvagem,durante o curso da história,foram saqueadas ou queimadas,com seus refúgios destruídos e seus ciclos naturais transformados à força em ritmos artificiais para agradar os outros.

Não é por acaso que as regiões agrestes e ainda intocadas do nosso planeta desaparecem à medida que fenece a compreensão da nossa própria naturesa selvagem mais íntima.Não é tão difícil compreender porque as velhas florestas e as mulheres velhas não são consideradas reservas de grande importância.Não há tanto mistério nisso.Não é coincidência que os lobos e os coiotes, os ursos e as mulheres rebeldes tenham reputações semelhantes.Todos eles compartilham arquétipos instintivos que se relacionam entre si,por isso,têm reputação equivocada de serem cruéis,inatamente perigosos,além de vorazes.

Minha vida e meu trabalho como analista junguiana e cantadora, contadora de histórias,me ensinaram que a vitalidade esvaída das mulheres pode ser restaurada por meio de extensas escavações "psiquico-arqueológicas",e,através de sua incorporação ao arquétipo da Mulher Selvagem,conseguimos discernir os recursos da natureza mais profunda da mulher.A mulher moderna é um borrão de atividade.Ela sofre pressões no sentido de ser tudo para todos.A velha sabedoria há muito não se manifesta.

O título do livro, Mulheres que correm com os lobos,mitos e histórias do arquétipo da Mulher Selvagem, foi inspirado em meus estudos sobre a biologia de animais selvagens,em especial os lobos.Os estudos de lobos Canis Lupus e Canis rufus são como a história das mulheres, no que diz respeito à sua vivacidade e à sua labuta.
Os lobos saudáveis e as mulheres saudáveis têm certas características psíquicas em comum:percepção aguçada,espírito brincalhão e uma elevada capacidade para a devoção.Os lobos e as mulheres são gregários por natureza,curiosos, dotados de grande resistência e força.São profundamente intuitivos e têm grande preocupação para com seus filhotes,seu parceiro e sua matilha.Têm experiência em se adaptar a circunstâncias em constante mutação.Têm uma determinação feroz e uma extrema coragem.

No entanto as duas espécies foram perseguidas e acossadas,sendo-lhes falsamente atribuído o fato de serem trapaceiros e vorazes, excessivamente agressivos e de terem menor valor que os seus detratores.Foram alvo daqueles que preferiam arrasar as matas virgens bem como os arredores selvagens da psique,erradicando o que fosse instintivo,sem deixar que dele restasse nenhum sinal.A atividade predatória contra os lobos e contra as mulheres por parte daqueles que não os compreendem é de uma semelhança surpreendente.

Foi por aí que o conceito do arquétipo da mulher Selvagem primeiro se concretizou para mim:no estudo dos lobos.Estudei também outras criaturas como, por exemplo, os ursos, os elefantes e os pássaros da alma-as borboletas.As características de cada espécie fornacem indicações abundantes do que pode ser conhecido sobre psique instintiva da mulher.(...)

Chamo-a Mulher Selvagem porque essas exatas palavras, mulher e selvagem, criam llamar o tocar a la puerta,a batida dos contos de fadas à porta da psique profunda da mulher.Llamar o tocar a la puerta significa literalmente tocar o instrumento do nome para abrir uma porta.Significa usar palavras para obter a abertura de uma passagem.Não importa a cultura pela qual a mulher seja influenciada,ela compreende as palavras selvagem e mulher intuitivamente.(...)

Quando as mulheres reafirmam seu relacionamento com a natureza selvagem, elas recebem o dom de dispor de uma observadora interna permanente,uma sábia, uma visionária,um oráculo,uma inspiradora, uma instintiva,uma criadora,uma inventora e uma ouvinte que guia,sugere e estimula uma vida vibrante nos mundos exterior e interior.Quando as mulheres estão com a Mulher Selvagem ,a realidade desse relacionamento transparece nelas.Não importa o que aconteça,essa instrutora,mãe e mentora vagem dá sustentação às suas vidas interior e exterior.

Portanto,o termo selvagem neste contexto não é usado em seu atual sentido pejorativo de algo fora de controle,mas em seu sentido original,de viver uma vide natiral,uma vide em que a criatura tenha uma integridade inata e limites saudáveis.Essas palavras, mulher e selvagem,fazem com que as mulheres se lembrem de quem são e do que representam.las criam uma imagem para descrever a força que sustenta todas as fêmeas.Elas encarnam uma força sem a qual as mulheres não podem viver.

O arquétipo da mulher selvagem pode ser expresso em outros termos igualmente apropriados.Pode-se chamar essa poderosa natureza psicológica de natureza instintiva,mas a Mulher Selvagem é a força que está por trás dela.(...mesmo a mulher presa com a máxima segurança reserva um lugar para o seu self selvagem,,pois ela intuitivamente sabe que um dia haverá uma saída,uma oportunidade,e ela poderá escapar.).(...)

A mulher selvagem carrega consigo os elementos para a cura;traz tudo o que a mulher precisa ser e saber.Ela carrega histórias e sonhos,palavras e canções,signos e símbolos.Ela é tanto o veículo quanto o destino.

Aproximar-se da natureza instintiva não significa desestruturar-se,mudar tudo da esquerda para a direita,do preto para o branco,passar do oeste para o leste,agir como louca ou descontrolada.Não significa perder as socializações básicas ou tornar-se menos humana.Significa exatamente o oposto.A natureza selvagem possui uma vasta integridade.

Ela implica delimitar territórios,encontrar nossa matilha,ocupar nosso corpo com segurança e orgulho independente dos dons e das limitações desse corpo,falar e agir em defesa própria.estar consciente,alerta,recorrer aos poderes da intuição e do pressentimento inato às mulheres,adequar-se aos próprios ciclos,descobrir aquilo a que pertencemos,despertar com dignidade e manter o máximo de consciência possível.(...)

E então,o que é a Mulher Selvagem?do ponto de vista da psicologia arquetípica,bem como da tradição das contadoras de histórias,ela é a alma feminina.No entanto, ela é mais do que isso.Ela é a origem do feminino.Ela é tudo o que for instintivo,tanto do mundo visível quanto do oculto-ela é a base.Cada um de nós recebe uma célula refulgente que contém todos os instintos e conhecimentos necessários para nossa vida."


Extraído do belíssimo livro de Clarissa Pinkola Estés, Mulheres que correm com os lobos.

domingo, 20 de maio de 2007

Por que emagrecer ?




Por que emagrecer ?
Muitas pessoas não sabem onde se apoiar para manter a vontade de emagrecer ou até mesmo para iniciar um programa de emagrecimento.A pergunta é realmente esta: Por que emagrecer ?A mente "é preguiçosa" e para isso cria hábitos com o intuito de gastar menos energia e menos tempo, quando é necessário repetir um comportamento. Por isso que tomamos banho da mesma maneira, fazemos o mesmo caminho para o trabalho, comemos da mesma maneira, etc.Quando surge a idéia de querer emagrecer a mente entra em alerta: Por que mexer nisso ? Como o que quero, quanto quero, da forma que quero, sem me preocupar.Com a nova idéia de emagrecer ela terá que criar outra maneira de se alimentar, elaborar novos rituais, isso vai lhe dar muito trabalho.Então o que a mente faz ?Tenta sabotar a idéia do emagrecimento "mentindo" para a pessoa. Lança o pensamento de que o corpo está bom, bonito, que ela trabalhou demais naquele dia e merece comer um doce ou um salgado fora de hora. Emite também o pensamento de que a pessoa está cansada e que repouse, prometendo que no dia seguinte ela caminhará em dobro.A falta de atenção no objetivo afasta a determinação.É necessário então arranjar razões fortes para emagrecer.Como as pessoas são diferentes, cada um deve analisar em que setor de sua vida o emagrecimento será mais útil, ou seja, saúde, vaidade, família, trabalho, financeiro, social, relacionamentos, sexo, vestuário, atividade física, esportes...Se a pessoa é bastante vaidosa, que esta seja a mola propulsora de seu emagrecimento. Se a saúde está comprometida pela obesidade, que ela seja a razão. E assim por diante.Benefícios do emagrecimento.A maioria das pessoas coloca o caminho supostamente desagradável que vão percorrer, na frente dos benefícios que terão após o emagrecimento.Analise alguns benefícios conquistados com a diminuição da gordura corporal.A hipertensão arterial pode ser uma das conseqüências da obesidade. Acidente vascular cerebral (derrame), doenças do coração, insuficiência renal, diabetes, etc. Ficar doente custa muito caro !A menor ingestão de calorias aliado a exercícios físicos, contribuem significativamente para a redução de gordura corporal, melhorando vários aspectos da saúde.O exercício aeróbico realizado por um período de 20 a 60 minutos entre 3 e 5 vezes por semana promove grandes resultados para redução da pressão arterial.Imagine, então, associar baixa ingestão de calorias, alta ingestão de nutrientes de qualidade que o organismo e uma caminhada, por exemplo, de 30 minutos, 3 vezes por semana.Pense na auto estima que será recobrada, poder usar roupas que não usava mais, a prevenção de outras doenças, finalmente, olhando para a frente, numa longevidade ativa.A vontade está dentro de cada um. Descubra sua razão, porque benefícios há muitos !




Matéria pesquisada na internet sem autoria., retirada de um site http://www.saudeebeleza.net/

sexta-feira, 18 de maio de 2007

Pense e coma colorido



PENSE COLORIDO

COMA COLORIDO
Estar em forma é mais do que controlar seu peso.É estar saudável, com muita energia e bem estar.
Suplementar nossas necessidades diárias de vitaminas, sais minerais e fibras, e incluir uma seleção de cereais, verduras, frutas e proteínas de boa qualidade é o caminho certo para conquistar e manter a boa forma.
Ponha cor no seu prato !
Quanto mais carboidratos coloridos você acrescentar ao seu prato de proteínas magras, mais seu corpo irá agradecer.
Muitas pessoas não compreendem o papel que os carboidratos desempenham em uma dieta saudável. Logo pensam em comidas cheias de amido, como batata ou macarrão. Entretanto, frutas e hortaliças contêm carboidratos e são essenciais para uma dieta saudável. Deixá-las de fora seria perder uma importante fonte de vitaminas, minerais, fibras e micronutrientes essenciais.
Fitonutrientes ou “nutrientes vegetais” são as substâncias que dão cor às frutas e legumes. Ao comer frutas e legumes de diferentes cores, você estará consumindo uma grande variedade de nutrientes.
Use a cor como um guia para escolher seus carboidratos.
Carboidratos marrons ou bege, como massas, feijão e batata, apesar de saudáveis, contêm muitas calorias. Leguminosas como ervilhas e lentilhas são ricas em amido e também contêm mais calorias do que você imagina.
Espinafre, cenoura, pimentão e tomate são opções menos calóricas.
As Proteínas.
Comer a quantidade correta de proteínas que seu corpo precisa, controla a fome e aumenta a massa corporal magra. O peso saudável ideal tem como base a massa corporal magra. Quanto mais massa corporal magra você tiver, mais rápido será o seu metabolismo e maior a queima de calorias.
Aumentar e preservar a massa magra é a melhor maneira de diminuir a massa gorda e conquistar a forma que você deseja.
Proteínas + bons carboidratos = sucesso
Lembre-se: Nem todas as proteínas são iguais, 15% a 35% de sua dieta deverá ser constituída de proteínas de boa qualidade, como carnes, aves e peixes magros, ou que não contêm níveis significativos de gordura.
A melhor das proteínas vegetais é a encontrada na soja.
Excelente fonte de aminoácidos, que são os “tijolos” que formam as proteínas que seu corpo exige. Além de ser lentamente metabolizada, a soja possui antioxidantes que mantêm a saúde das células.
Mantenha-se em forma.
Não esqueça que, para esculpir seu corpo, você precisa se exercitar !Se a simples idéia de começar a malhar desagrada, esqueça as academias barulhentas e faça caminhadas ao ar livre. Comece devagar e vá aumentando.
Acredite em você mesmo, é simples !
Suplemente suas necessidades, faça refeições coloridas e com baixo nível de amidos e gorduras

quinta-feira, 17 de maio de 2007

uma outra rua...uma outra janela





Naquela Janela...

Um dia nos perdemos..

Eu sabia que você ia voltar.

Eu sentia...

Você voltara tantas vezes.

Então me postei na janela,

Naquela janela,

Janela que tantas vezes

Colocaste-me a ver a lua,

Naquela janela,

Que me amara tanto,

Naquela janela...

Eu esperei...

Via as trocas da lua,

Lua cheia,

Lua nova,

Lua crescente,

Lua minguante.

Às vezes ia de dia,

E via o sol despontar em sua beleza,

Via as pessoas andando e vivendo,

E eu na janela.

Então descobri,

Que você voltara,

Mas passara a freqüentar,

A outra rua,

Uma outra janela.


Myrian Benatti

Paixão...ilusão

Minha alma nunca pediu calma
Pediu um amor, uma paixão.
Viveu sonho, ilusão...
Andou por caminhos do coração:

Da alegria, da saudade, e da dor.
Mas a tristeza foi tanta
Que não conseguiu mais cantar,
Nem compor, nem louvar.

Perdeu o rumo...
Da casa,
Dos sentidos,

Perdeu o rumo
Simplesmente...


Myrian Benatti

Dueto




Eu sou a poesia



Não me perguntes que sou!...
Sou uma Seara de Poesia no distante
onde semeio a saudade e o amor.
Sou árvore secular espetando o azul etéreo,

sou o silêncio na noite das palavras,

sou a poesia... que te fala!...

Sou a origem das palavras que te chegam...

sou a máscara de cansaço, nada mais!

Não me perguntes quem sou!...j

á não existo, meu coração fui apunhalado,pelo tédio gelado da indiferença!

Das origens sou apenas a força destes versos...como trigo de mensagens no levedar dos dias!

Não sou ninguém!... sou o ser fantasiado,na vida que dizima, a tragédia dos sonhos limitados... Não me tortures, eu não existo...recebe o calor do meu sol inacessível...como anteceder das origens de outros tempos,onde o silenciar da noite feria as estrelas...As horas enlutadas, soluçando como o vento,

Ditaram tudo o que sou hoje: A poesia


Ferdinando

Alemanhahttp://www.fersi.de/



Sou a vida


Um dia vou lhe dizer quem eu sou...
Sou o nascer do sol em começo de outono,
sou a luz que surge no alvorecer.
Sou a folha que começa a cair.
Sou o barulho da água que jorra
sou a poesia ...que canta...
Sou a vida...
Sou a lágrima que corre em seu rosto
Sou o choro ... do amor incompreendido...
Um dia vou lhe dizer quem sou..
.meu coração já foi machucado
encontrei alguém com marcas no coração
minhas máscaras caíram
deixei meu amargor do lado de fora
sem subterfúgios,
caminhei ao meu destino
procurei sonhar
chegou o entardecer,
no céu desceu um véu azulado
mesclado do vermelho do sol que esvaiu-se.
Não permita que eu chore mais,
deixe que o silencio do meu coração
mostre a você quem eu sou.
Porque sou a parte da poesia
que emana todo o meu ser.

Myrian Benatti..........Brasil

Cartas de amor




Cartas de amor são ridículas?


Oi amor. Há quanto tempo não escrevo uma carta de amor, pra falar a verdade nem me lembro de um dia tê-la escrito. Era necessário um amor, então busquei entre estrelas, percorri caminhos, percorri almas até encontrá-lo. Porque finalmente eu te encontrei. Era noite?Creio que era madrugada, estava eu sozinha numa sala pensando em como ser percebida por você. E lá estava você, todo lindo, brilhava como um sol.Imaginei-o alto garboso como um príncipe dos sonhos de uma princesa.Você veio de mansinho, sem cavalo branco até onde eu estava e entre poemas e músicas eu me apaixonei.Era o meu poeta preferido, quantos poemas trocamos nestes longos anos de amor.Tínhamos máscaras?Não sei. Mas tínhamos fantasias, que nos levava onde sempre imaginávamos, nas escadas, nos rios, na janela. Lembra da janela que tantas vezes víamos a lua? Acredito que esta janela se fechou, o tempo enferrujou os trincos e a janela emperrou, nunca mais abriu. Hoje nada mais restou do amor, às vezes fazemos retrocessos em busca de algo perdido. Sabe queria tanto estar com você na janela, vendo a lua, ouvindo as músicas e lendo os poemas. Mas hoje você olha pra mim e não consegue mais conversar comigo. Nos perdemos no jogo da conquista?Sei que sente falta dos meus beijos e abraços, que quando esta nos meus braços você me ama, mas sei também que agora é só pele. Perdi-te no meu caminho?




Myrian Benatti


Obs.Dizem que cartas de amor são ridículas, mas como Maria Betania diz ridículo é quem nunca escreveu uma carta de amor.

Anjos Caninos


Anjos caninos
Existem pessoas que não gostam de cães, Estas, com certeza, nunca tiveram em sua vida um amigo de quatro patas. Ou, se tiveram, nunca olharam dentro daqueles olhos para perceber quem estava ali. Um cão é um anjo que vem ao mundo ensinar amor. Quem mais pode dar amor incondicional, amizade sem pedir nada em troca, Afeição sem esperar retorno, proteção sem ganhar nada, fidelidade vinte e quatro horas por dia?Ah, não me venham com essa de que os pais fazem isso, Porque os pais são humanos, se irritam, se afastam... Um cão não se afasta, mesmo quando você o agride, Ele retorna cabisbaixo pedindo desculpas por algo, que talvez não fez, lambendo suas mãos a suplicar perdão.Alguns anjos não possuem asas, Possuem quatro patas, um corpo peludo, nariz de bolinha, orelhas de atenção, olhar de aflição e carência. Apesar dessa aparência, são tão anjos quanto os outros (aqueles com asas) e se dedicam aos seus humanos tanto quanto qualquer anjo costuma dedicar-se. Que bom seria se todos os humanos pudessem ver a humanidade perfeita de um cão!Autoria desconhecida.

MÁSCARA




Arranquei máscaras me despi lentamente me entreguei ofereci minha alma meus pensamentos foi difícil dolorido esta entrega e você me rejeitou. Talvez seja um sinal que máscaras devem existir pois protegem toda a dor protege o meu ser. Durante séculos me tranquei e quando quis amar quando percebi que podia amar você delicadamente colocou a minha máscara de volta.
Quantas máscaras terei que vestir,
Para esconder meus sentimentos?
Máscaras de papéis?
Pinturas, de porcelanas?
Máscaras que pintam a alma?
Máscaras que pintam o rosto?
Qual delas estou vestindo?
Qual delas preciso mais?
Se me cubro, te magôo.
Se me dispo, me magôo.
Se seus olhos atravessam os meus olhos
E meu rosto continuar impassível,
Você saberá qual máscara estarei usando,
Mas, se uma lágrima cair,
A máscara que uso não é a da alma.




Myrian Benatti

Mito do amor romantico



O mito do amor romântico

© Lenise Resende
www.lendoerelendo.com



Mês de junho. Dia dos namorados chegando. Na televisão, novela romântica. No rádio, música romântica. Contagiadas pelo romantismo, as pessoas começaram a falar sobre o amor. Fiquei calada. Mas quando indagada sobre o amor, comecei a pensar. E pensando, fui escrevendo.Sonhar com um amor, não é fazer do sonho uma ave que, voa livre e independente, sem retornar ao ponto de partida. Mas, fazer do sonho uma pipa que, voa, enquanto o tempo for bom e o vento favorável. Se uma tempestade se aproxima, podemos recolher a pipa (o sonho) e aguardar dias melhores. É o que chamo de sonhar com os pés no chão. Não consigo só pensar e pensar... idealizar e não realizar. Aliás, a melhor definição que li sobre a mulher capricorniana, dizia: "No amor tem uma determinação de aço: quer ou não quer. Ela não se satisfaz com pouco afeto. Economia de amor, dela e para ela, não significa nada. Emoção é para gastar. O sonho tem que ser praticado." Amor platônico, aquele que nunca se concretiza, deve ser triste demais. "Platônico" vem de Platão, o filósofo grego que acreditava na existência de dois mundos - o das idéias, onde tudo seria perfeito e eterno, e o mundo real, finito e imperfeito, mera cópia mal-acabada do mundo ideal. Amor virtual, pode ser desgastante demais e emocionalmente perigoso. A comunicação somente através da escrita e da voz, facilita a construção de pessoas idealizadas. Facilita ver romantismo onde só há fantasia. Como amar alguém sem rosto? Amar alguém muito distante, que não possa ser visto nem tocado, me parece impossível, se não houver de ambas as partes interesse em um conhecimento real.Mesmo sendo mulher e poetisa, não me acho romântica. Fui pesquisar sobre romantismo, para ter certeza de que sei o exato significado da palavra. Encontrei num site de psicologia uma descrição de pessoa romântica: não esquece o dia em que conheceu o seu amor e comemora a cada mês a data inesquecível; guarda a música que tocava quando dançaram pela primeira vez; manda cartõezinhos com palavras apaixonadas com ou sem pretexto; quer encontrar-se com seu parceiro em lugares bonitos; comer à luz de vela; etc. E, no mesmo site, uma descrição da pessoa "não romântica": ama de forma diferente mas nem por isso ama menos; prefere arroubos de amor do que o ritual do romântico; não manda flores na data esperada e vive o dia-a-dia de forma mais racional e objetiva. Uma mulher aparentemente "não romântica", pode passar a vida toda fazendo os pratos que cada membro da família gosta. E, ninguém perceber que, em cada prato especial, havia um recado , um "eu te amo", um "parabéns". Se ela colocasse cartõezinhos com mensagens nos pratos, seria considerada romântica? Certos gestos românticos, só são úteis, para quem se sente obrigado a provar que ama ou quem tem tempo sobrando para gastar.

Num outro site, encontrei uma interessante observação sobre tipos de romance: obrigatório e opcional. No obrigatório, comemora-se datas fixas (aniversário, Natal, Dia dos Namorados). No opcional, é preciso ser mais criativo - comemorar datas "surpresa" ou fazer pequenas e grandes surpresas. Comemorar somente datas fixas é monótono. Enviar todos os anos as mesmas rosas vermelhas no dia do aniversário. Dar o novo cd do Roberto Carlos no Natal. Comprar os mesmos bombons e as mesmas rosas vermelhas no Dia dos Namorados. Gosto mais da idéia do romance opcional. Mandar bilhetinhos ou poesias no dia-a-dia é uma de minhas preferências. Adoro surpresas e, mais ainda, surpreender. Há quem faça distinção entre presente e lembrança. Presente seria dar algo que desejamos que o presenteado tenha. Lembrança seria dar algo que a pessoa que vai receber deseja. Creio que o nome certo não importa, quando se recebe algo desejado. Nem todas as mulheres sonham em receber um buquê de rosas. Há aquelas que preferem receber margaridas. E, para saber, basta observar ou perguntar. Enquanto pensava e escrevia, concluí que, estou bem satisfeita, com meu modo "não romântico" de amar. Não tenho coleção dos papéis de bombons recebidos, pétalas de flores dentro de livros, retratos escondidos em caixas secretas ou qualquer coisa parecida. Tenho muitas poesias escritas, dedicadas à quem as mereceu, e, o mais importante, muitas lembranças guardadas só de memória, porque nunca tive diário.

quarta-feira, 16 de maio de 2007

Te vi num bar....

(aquarelle_sanguine_bar)

TE VI NUM BAR

Te vi num bar, na beira da praia,
Oscilando com o copo de um uísque barato,
Digno de seu estado.
Te vi num bar, de cara suja,
Desarrumado, olhos inchados.
Cabelos despenteados. Te vi num bar, entre guerras
A sua guerra, sua necessidade. Procurando a verdade.
Te vi num bar, outro uísque
Uma lágrima, várias mágoas.
Com sentido, sem sorriso.
Te vi num bar, de pileque.
Amuado, sem sentido, sem sorriso. Te vi num bar, na beira da praia
A olhar o nada, a andar no vácuoa dançar um tango, a chorar num canto. Te vi na beira da praia, a olhar o bar,
A sentir a brisa, cortando seu rosto.
Espalhando seu cheiro, de uísque barato.
Te vi na praia, te vi no bar. Te vi em cada canto.Como se fosse um espelho da minha alma.







Myrian Benatti


Telhados....





Quando entristeço
Olho através da janela
Vejo telhados marrons,
Apenas telhados
De todos os tipos e tamanhos
Vejo heras,
Subindo pelas paredes nuas
Como se agarrassem a vida
De tal forma
Como se dependesse dela.

Vejo a cidade,
Vejo o horizonte,
O verde das fazendas
A relva, os pastos.
As árvores, os animais.
Dependendo da minha imaginação,
Vejo um pé de manga cheio de frutas,
Vejo nuvens tão brancas, formando desenhos,
Que me perco entre elas, brinco,
Que cada imagem engole a outra.


Quando percebo, olho ao redor,
Não sei onde deixei a minha tristeza,
Devo ter deixado em algum canto da memória,
Porque depois de tanta beleza,
Eu só consigo ter paz.





Myrian Benatti

Bem vindo!!!

Seja sempre bem vindo
Quando ler meus textos ou dos meus amigos, comente.Suas palavras sempre serão bem vindas.Se não souber o que falar deixe um abraço, mas não faça comentários maldosos, estes vc guarde.Entre e fique a vontade, vc faz parte da família, dos amigos

Alma Encantada

Alma Encantada
sempre sorrindo!!!

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Quem sou eu

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Sou poesia,sou procura, sou ilusão.

quem sou eu...

Desde mocinha eu escrevia poesias, cada vez que eu terminava uma paixão, eu fazia um poema, cada tristeza, alegria,cada olhar maroto.Acho que porisso me tornei uma poetiza, pq sempre estive apaixonada.As lágrimas que eu derramava se transformavam em sementes, em letras, em textos, em poemas.Ainda hoje faço isso, qdo estou triste com alguém eu escrevo uma poesia, cada poesia minha tem uma história.É como a semente que transformou em árvore.(MyrianBenatti)