
Tira o roupão;
Deixa ver teu corpo;
deixa ver a cicatriz da virilha;
Deixa que alguém passe pelos músculos da razão;
Deixa que explorem teu corpo vivo;
Deixa que te façam tudo e que dele brote a canção ou hino ou a ópera ou mesmo o tango.
Deixa que te toquem que te vejam
Deixa que te xinguem, e que desse monólogo presente surjam juízos.
Deixa que te olhem, mostra tudo, sem ambigüidade.
Deixa que tudo seja descoberto.
Deixa que te chamem,
Deixa que te abandonem....
Ouve sempre
Não acates por ti só, nunca!
Vinga sempre.
Olha pra tudo,
Vê tudo
Põe a roupa sob o corpo vivo e limpo.-
Sente a emoção da cicatriz saliente.
- Cura-a!
Raciocina sobre os músculos e os instintos.
Canta a canção tua.
Mostra a parte doída.
Responde tudo
Abandona a carapaça.
Veste o que te dão.
Rasga o que te incomoda.
Fura o que te esconde.
Escandaliza a tua vergonha
Pisa a tua moral.
Desmoraliza tua verdade.
Chora da alegria,
Não importa a reação.
Pisa na tristeza,
Faz dela catalisador para o conhecimento.
Ama
Beija.
Morde.
Myrian Benatti
Obs:Este poema foi um resgate de um tempo há mais de 30 anos.Estava guardado não no meu caderno de poemas, mas no da minha amiga Cynthia e no encontro feito este ano ela me devolveu.Quando menina eu escrevia e presenteava poema aos amigos, devo ter muitos perdidos por aí, perdidos não ...guardados.
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