
Na minha rua adormeci, em águas cristalinas eu amei.
Amei você.
Amei virtualmente.
Amei incondicionalmente.
E amores também acabam como fim de outono.
Existem anjos, também anjos da guarda, almas que habitei, auras iluminada.
Falei ao vento, voei com as asas libertas, tive ausência de sonhos, andei nos caminhos do amor, observei muitos bancos vazios, vi uma estrela caindo, busquei colo, tive medo, presenciei muitos corações duros.
Na dança com o corpo em êxtase beijei, despertei, fiz de conta, fantasiei minha alma, me iludi, desatei amarras, equilibrei, fechei os olhos, despedi.
Tentei ser aceita, escutei, parti, transformei-me em personagens, fragmentei, precisei com urgência de abraço, de razão, de paixão.
Tentei alçar vôos, fui ao telhado, na varanda, na janela, pelas tardes, pelas manhãs, nas ruas isoladas, nas portas entreabertas, no portal, nos porquês.
Procurei um amigo, poetizei minha vida, fui palhaço, pássaro ferido, andei nas asas de um vampiro, não tive saída.
Quisera não ter tido saudades, nem cantado o silencio, a depressão, nem ficado na penumbra.
Onde você estava que eu não te vi?
Nas ondas?
Nos bares?
No vento?
Nas estradas sinuosas?
Como mendigo eu procurei liberdade, no meu porto, no meu coração, no meu amor.
mulher eu arranquei máscaras, enxuguei lágrimas, fui sedutora, apaguei o fogo do proibido.
Tive dores, sonhos, vício, solidão.
Será que foi um sonho?
Será que foi um sonho?
Myrian Benatti
Um comentário:
Aplaudindo muito você Myrian, belissimo poema-desabafo!
Beijos carinhosos
Sandra LC Perazzo
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