Lendo um artigo de Lya Luft sobre os filhos do lixo fiquei pensando na seguinte frase:
“Gravei a tristeza, a resignação, a imagem das crianças minúsculas e seminuas, contentes comendo lixo. Uma cuidando do irmãozinho menor, que escalava a montanha do lixo. Criadas, como suas mães, acreditando que Deus queria isso”.
Porque falo isso e mostro essa reportagem?
Há muito tempo não entrava em uma sala de bate papo, não tinha tempo e pouca vontade. Tinha esquecido como era a sordidez de homens (não todos) que entram em salas, falo não todos, mas a maioria não vai lá apenas pra conversar papo furado. Entrei como sempre, usei o codinome de jovem senhora, pq não sou jovem nem velha, mas este nome me convém, como sou casada e estava afim de um bom papo entrei em salas diversas. Quando um homem começa o papo, diz que esta lá porque esta solitário e o papo podem ser agradáveis, mas logo quer saber sua fisionomia, que importa saber como a pessoa é por fora se nunca vai conhecer? Começa falando pequenas pornografias, como se todas as mulheres que vão numa sala de bate papo vão somente com esse propósito. Temos que sair de sala em sala procurando pessoas agradáveis que a conversa pode fluir um assunto interessante, é como jogar no lixo tudo de bom que a gente tem.
Fico pensando que ao procurar amizades virtuais em salas de bate papo se não estamos escalando montanhas de lixo para no fundo encontrar uma fruta que alguém jogou por engano, uma fruta não estragada. Se encontramos tem que pegar como se fosse um tesouro e rezar pra Deus para que nada estrague tão bela amizade.
Myrian